Com o envelhecimento, ocorrem mudanças no cérebro, principalmente, com uma perda na densidade dendrítica dos neurônios; esta acarreta o efeito de retardar o tempo de reação em quase todas as tarefas, com consequência como a perda da audição, do olfato e da gustação. Existe, também, uma grande proporção de incapacidades físicas causadas por doenças, como artrite, hipertensão arterial e doenças cardíacas, diabetes e alguns transtornos mentais; entre estes o alcoolismo, mesmo que existam controvérsias quanto à existência ou não de quadro clínico do alcoolismo característico da população idosa; com isso o diagnóstico e tratamento deste transtorno neste grupo etário se tornam cada vez mais importantes. Algumas pessoas começam a fazer uso do álcool tardiamente, o que aumenta a prevalência de dependência do álcool, ao contrário de muitos estudos epidemiológicos. Estudos realizados em amostras clínicas evidenciavam um aumento significativo na população idosa, na qual de 6 a 11% dos pacientes idosos admitidos em hospitais gerais apresentaram dependência alcoólica; é claro que são menos os casos de alcoolismo em relação a pacientes jovens. O alcoolismo produz déficits semelhantes no funcionamento intelectual e comportamental, sendo que o uso do álcool pode acelerar o envelhecimento normal ou levar ao envelhecimento prematuro do cérebro. O lobo frontal do cérebro é uma estrutura especialmente vulnerável ao uso crônico e intenso do álcool, levando o indivíduo a um prejuízo intelectual intenso. Além disso, idosos alcoolistas se recuperam menos dos déficits cognitivos do que os adultos, sendo que o uso crônico, também, pode acelerar o desenvolvimento de instabilidade postural e quedas relacionadas á idade.

a) EFEITOS DO ÁLCOOL NA TERCEIRA IDADE
Muito embora problemas físicos e problemas relacionados ao uso do álcool possam estar associados tanto ao envelhecimento quanto ao uso excessivo do álcool, o impacto da interação destes fatores ainda é desconhecido.

b) EXEMPLOS PROVÁVEIS DESSA INTERAÇÃO:
O aumento da incidência de fraturas em indivíduos que consomem álcool. Este aumento pode ser explicado pela ocorrência de quedas durante o período de intoxicação ou por uma diminuição da densidade óssea em indivíduos alcoolistas. O avançar da idade, em indivíduos que fazem uso do álcool, pode ter um impacto sobre os índices de acidentes de carro e prejuízos associados; principalmente, pelo fato de a população idosa ser cada vez maior e, portanto, mais exposta a acidentes de trânsito.

c) O AVANÇAR DA IDADE E A SENSIBILIDADE AO ÁLCOOL
Poucos estudos sugerem que a sensibilidade aos efeitos do álcool aumenta com a idade. Uma das razões para isso se deve ao fato que os idosos atingem uma concentração alcoólica maior do que indivíduos mais jovens, para a mesma quantidade ingerida de álcool.
O envelhecimento, também, interfere na capacidade do organismo se adaptar á presença do álcool, ou seja, tolerar o álcool. Apesar disto, idosos podem começar a ter problemas pelo uso do álcool, mesmo que o seu padrão de uso continue o mesmo.

d) TRATAMENTO DO ALCOOLISMO NA TERCEIRA IDADE
Estudos mostram que os idosos se beneficiam menos do tratamento para que a dependência do álcool do que indivíduos jovens. O uso de medicamentos que auxiliam na manutenção da abstinência, ainda, não foi estudado. No entanto, alguns estudos sugeriram que o Naltrexone pode ajudar a prevenir recaída em indivíduos de 50 a 70 anos.

Ref. Revista Científica Eletrônica de Psicologia

Alcoolismo em idosos