Fonte: O Estado de São Paulo (pesquisa da OMS)

colaboradores: Jamil Chade ; Isabela Palhares, José Maria Tomazela.

Aluno: Sebastião Alves / Curso CJJ 2017

Brasileiros com mais de 15 anos bebem, em média, o equivalente a 8,9 litros de álcool puro por ano, ante 6,2 em 2006;

O consumo de álcool per capita no Brasil aumentou 43,5% em dez anos e agora supera a média internacional. Em 2006, cada brasileiro a partir de 15 anos bebia o equivalente a 6,2 litros de álcool puro por ano. No ano passado, a taxa chegou a 8,9. Com isso, o País figura na 49.ª posição do ranking entre os 193 avaliados. Os dados foram divulgados ontem pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Segundo a pesquisa, o país com o maior índice per capita de consumo de álcool é a Lituânia, onde os habitantes bebem o equivalente a 18,2 litros de álcool puro (medida que leva em conta o porcentual de álcool na bebida) por ano. A Bielorrússia aparece na sequência, com 16,4 litros por ano, seguida pela Moldávia (15,9) e Rússia (13,9). Dos dez países que ocupam as primeiras colocações, nove estão no Leste Europeu. A média mundial é de 6,4 litros por ano. Na África, o consumo é, em média, de 6 litros por ano. Nas Américas, a taxa é de 8,2 e na Europa, de 10,3, puxada pelos países do leste.

Um total de 3,3 milhões de pessoas morrem todos os anos pelas consequências da bebida – 5,9% de todas as mortes no mundo. No grupo das pessoas entre 20 e 39 anos, 25% das mortes têm uma relação direta com o
Álcool. Levantamento da OMS também constatou que o álcool pode causar mais de 200 doenças, incluindo mentais.

Clarice Madruga, psicóloga da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenadora do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), concorda. Segundo ela, o principal motivo para o aumento do consumo de álcool no País é a falta de uma política de prevenção universal. “O Brasil não adota as políticas eficazes que fizeram outros países reduzirem o consumo.”

A psicóloga ressalta que, no Brasil, diferentemente da maioria dos países, não há uma licença específica para a venda de álcool. “Todo lugar com alvará – padaria, loja de conveniência, posto de gasolina – pode vender bebida. Isso sem falar na venda informal e para menores.”

Segundo Clarice, entre as mulheres houve o maior aumento de consumo nos últimos anos. Com a inserção no mercado de trabalho, o acúmulo de papéis sociais e a elevação do estresse, elas estão mais expostas ao álcool e, pior, têm mais propensão à dependência. “Por causa dos hormônios, o efeito do álcool e de outras drogas é muito mais prazeroso para a mulher.” Clarice ressalta que o alto consumo de álcool traz mais prejuízos para a sociedade do que para o indivíduo.

Consumo de álcool aumenta 43,5% no Brasil em dez anos, afirma OMS