Aluna: Kathia Regina da Silva Teixeira.

A dependência química é identificada mundialmente, em relação aos transtornos psiquiátricos, como sendo uma doença crônica que apoia-se sobre o indivíduo durante toda a sua vida, mas que se tratada é controlada.

O número de usuários dependentes químicos com prejuízos à saúde física, cognitiva, psicológica, familiar e social, nos últimos anos, é crescente, associando-se na maioria das vezes à criminalidade, prejuízos nos relacionamento interpessoais, profissionais e baixo rendimento escolar.

De acordo com o modelo cognitivo, a forma como o sujeito percebe a situação em si interfere nas reações motivacionais, afetivas e comportamentais. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é utilizada para o tratamento da dependência química, pois ela baseia-se na análise e na alteração dos pensamentos automáticos, assim como nas crenças distorcidas que provocam emoções e comportamentos disfuncionais. O objetivo da TCC no tratamento do dependente químico, é reconstruir as cognições disfuncionais propiciando maleabilidade cognitiva na ocasião da avaliação das situações específicas e uma avaliação das estratégias cognitivas do paciente, a fim de abranger a verdadeira forma funcional.

Técnicas Cognitivas-Comportamentais

A Abordagem Cognitivo-Comportamental usa técnicas que incluem:

1. Ajudar o paciente a identificar pensamentos disfuncionais que provocam sentimentos negativos e comportamento mal adaptativo;
2. Auto monitorar cognições negativas;
3. Identificar a afinidade entre as cognições, crenças e sentimentos subjacentes;
4. Aprender a usar pensamentos funcionais e adaptativos no lugar dos disfuncionais;
5. Identificar seus pressupostos básicos, visão de si, do mundo e do futuro.

A introdução do paciente dependente químico, no tratamento psicológico. é essencial em sua recuperação, de modo que a abordagem Cognitivo-Comportamental tem apresentado resultados satisfatórios, enquanto comparada às demais abordagens. A Terapia Cognitivo-Comportamental tem como foco as representações de consumo e abstinência das drogas, buscando despertar nos dependentes químicos condições para que os mesmos se previnam de situações que os levem a reincidir no consumo de substâncias químicas e na dependência. As principais técnicas utilizadas são:

identificação de pensamento automático que pode ser feita através do registro diário de pensamentos disfuncionais; o questionamento Socrático verificando a veracidade dos pensamentos; a identificação de alto risco; a entrevista motivacional; o treinamento de habilidades sociais; o treinamento de relaxamento; o treinamento de autocontrole e da assertividade; o manejo do estresse, da depressão e da ansiedade.
No tratamento de prevenção de recaídas, o terapeuta ajuda o paciente a ter a responsabilidade por seus comportamentos. O terapeuta é um norte que proporciona ferramentas, de modo que o indivíduo consiga, em um intervalo curto de tempo, autogerenciar-se. Os fundamentais embasamentos dessa modalidade são:

1. Conscientização do problema (o indivíduo necessita reconhecer que sua ação aditiva ocasiona uma dificuldade para a sua vida);
2. O treinamento de habilidades (possibilita identificar o problema, já que a prevenção de recaída trabalha com a tática de como lidar com circunstâncias de risco diante da substância);
3. Modificação no estilo de vida (o dependente é convocado a refletir sobre seu hábito de vida, no momento que fazia uso contínuo da substância e idealizar o dia ideal, sem o consumo de drogas).

Conclui-se que a TCC é uma abordagem efetiva nos casos de dependência química, pois ela é acompanhada de técnicas eficazes que são fundamentais para a melhora do quadro geral da dependência química no indivíduo.

Palavras-chave: Dependência Química, Recaída, Tratamento, Modelo Cognitivo-Comportamental.

Referências
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Abordagem-Cognitivo Comportamental para Dependência Química