Aluno: Gilberto de Moraes Fernandes

A palavra suicídio vem da expressão latina “sui caedere”, que significa Matar a si mesmo. Pensar em suicídio é entregar a busca incansável dos porquês. É refletir sobre quais sentimentos, faltas, lacunas rondaram aquela existência.

Refletir sobre o suicídio é analisar por que esse fenômeno tem sido silenciado ao longo dos anos pela sociedade, autoridades responsáveis, profissionais de saúde e familiares, escondendo assim um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo.

A literatura mostra que a associação entre suicídio e transtornos mentais é de mais de 90%. Entres esses transtornos associados ao suicídio à depressão é o que mais se destaca.

A ideação do suicídio como um aparente desfecho para uma história de muito sofrimento, de um quadro depressivo, um ato de desespero ou insanidade, reacende uma discussão sobre a dificuldade que é a compreensão e a abordagem destas pessoas no desenrolar de suas tramas pessoais, além da detecção de sinais desesperança, dos pedidos de ajuda, verbais ou não verbais comuns frente ao surgimento do desejo de morte e da própria ideação suicida.

A falta de informação e esclarecimento sobre os riscos dos comportamentos autodestrutivos por parte dos familiares e dos próprios profissionais de saúde, acarreta grande descompasso entre as necessidades daquele que apresenta a duração suicida e a tomada de atitudes das pessoas do seu convívio, fator que ampliaria as possibilidades de se evitar o ato suicida. Alterações de comportamento, isolamento social, ideação de auto punição, verbalização de conteúdo pessimista ou desistência da vida, e comportamentos de risco podem sinalizaram pedido de ajuda.

Considerando o trauma que o suicídio acarreta ao meio social, é preciso sensibilizar a sociedade para a importância de um olhar menos amedrontado e mais acolhedor, onde o sofrimento do outro possa ser mais escutado, possibilitando intervenção. Segundo Schneidman (1996), a educação é o item mais importante na diminuição nos índices de suicídio.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, estima-se que em 2020, aproximadamente 1,53 milhões de pessoas no mundo morrerão por suicídio. Um número 10 a 20 vezes maior de pessoas tentará suicídio. Isso representa um caso de morte por suicídio a cada 20 segundos e uma tentativa a cada 1 a 2 segundos. No Brasil 24 pessoas morrem diariamente por suicídio. Um estudo realizado na Unicamp revelou taxa de 150 tentativas de suicídio para cada 100.000 habitantes.

A depressão é apontada nos dias de hoje como a quarta doença mais presente no mundo. Estima-se que a doença afete 121 milhões de pessoas, e menos de 25% dessas pessoas tem acesso ao tratamento.

O suicídio é um fenômeno complexo e multidimensional, com a presença de elementos biológicos, psicológicos conscientes e inconscientes, interpessoais, sociológicos, culturais e existenciais. Uma série de fatores estão associados ao risco de suicídio, incluindo a doença mental, o uso de drogas e álcool, bem como fatores socioeconômicos. Circunstâncias externas, tais como eventos traumáticos de perda, separação, luto, falência, podem desencadear o suicídio, porém não parece ser uma causa independente, significam uma crise individual de difícil elaboração. Quanto maior o conhecimento acerca dos riscos do suicídio, maiores as chances de Prevenção.

Referências: Revista SBPH, Vol 14, Rio de Janeiro, Junho 2011. Fabiana de Oliveira Barbosa; Paula Costa Mosca Macedo; Rosa Maria Carvalho da Silveira
Curso de Psicologia, Universidade Nove de Julho UNIFESP.

Depressão e Suicídio