Aluno: Pedro Madsen Andrade
A co-dependência é desconhecida por muitas pessoas, negada por outras tantas e mal compreendida por uma outra quantidade significativa de pessoas. Beattie destaca uma série de definições leigas que chamam atenção, tais como: “co-dependência significa que sou tomadora de conta”, “ser co-dependente significa que sou casada com um alcoólico”, “significa que preciso ir ao Al-Anon”.
A palavra co-dependente surgiu no estado de Minnesota-USA no fim da década de 70, estado pioneiro em programas de tratamento de dependência química. Originalmente, a palavra foi usada para descrever a pessoa ou pessoas cujas vidas foram afetadas como resultado de estarem envolvidas com alguém quimicamente dependente. O pensamento básico nessa época era que co-dependentes eram pessoas cuja vida se tornara incontrolável como resultado de viverem num relacionamento comprometido com um alcoólico.
À medida que os especialistas se debruçaram sobre o tema e começaram a compreender melhor a co-dependência, sua definição foi sofrendo alterações, e Beattie a define da seguinte maneira:
“Co-dependente é uma pessoa que tem deixado o comportamento de outra afetá-la, e é obcecada em controlar o comportamento dessa outra pessoa.”
A outra pessoa pode ser qualquer um. Uma criança, um adulto, amante, cônjuge, irmão, avó, pai/mãe, cliente ou um melhor amigo. Pode ser um dependente químico, física ou mentalmente doente, ou alguém aparentemente normal que ocasionalmente sinta-se deprimido.
A co-dependência é uma doença? Alguns especialistas sugerem que sim, alegando dois grandes motivos. O primeiro motivo que leva especialistas a classificar a co-dependência como doença é o fato de ser progressiva. À medida que as pessoas à volta do co-dependente se tornam mais doentes, mais intensamente reage o co-dependente. O que começou com um pouco de preocupação pode causar isolamento, depressão e outras doeças emocionais ou mesmo físicas. Um segundo motivo apontado para a co-dependência que a leva a ser tida como doença é porque o comportamento do co-dependente (como muitos outros comportamentos autodestrutivos) se torna vicioso.
Após conseguirmos definir a co-dependência, é de suma importância apontar que o centro da recuperação não está na outra pessoa, por mais que o co-dependente acredite que esteja. A recuperação do co-dependente está dentro dele mesmo, nas formas com que ele deixa que o comportamento da outra pessoa o afete e na forma com que ele tenta afetar a outra pessoa.
Referência: BEATTIE, Melody. Co-dependência Nunca Mais. Rio de Janeiro: Record, 1999. p. 44-53