O Dia Mundial Sem Tabaco – 31 de maio – foi criado em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. O programa Tabaco Zero, adotado pela Clínica Jorge Jaber, que interna pacientes de psiquiatria e dependência química no Rio de Janeiro, é pioneiro em hospitais em todo o mundo. Hoje ninguém fuma nas dependências da clínica, nem pacientes, nem funcionários, nem visitantes.

O tabagismo é um problema grave, que pode ser enfrentado com sucesso. Pesquisa que analisou 195 países entre 1990 e 2015 e foi publicada ano passado pela ‘The Lancet’ afirma que o cigarro ainda é responsável por uma em cada dez mortes no mundo. E que o Brasil está entre os países campeões em combate ao tabagismo. Por aqui, em 25 anos, a porcentagem de fumantes diários despencou de 29% para 12% entre homens e de 19% para 8% entre mulheres. A redução se deve principalmente a avisos sobre danos à saúde publicados no maços e campanhas educativas.

A Clínica Jorge Jaber é um exemplo de combate ao tabagismo e veio restringindo o uso de cigarro em suas dependências até chegar ao ponto da total proibição do tabaco entre pacientes e equipe.  Quem comanda o programa é o terapeuta Antonio Tomé, que fala do tema neste vídeo de 5 minutos​:

Os resultados do programa criado na clínica geraram um trabalho científico, apresentado internacionalmente este ano, sob o título “Avaliação de um programa anti-tabaco em clínica psiquiátrica” ​(​trabalho da Clínica Jorge Jaber​, apresentado no EPA 2018 – European Congress Of Psychiatry, em Nice, França, de 03 a 06 de março 2018).

O trabalho avaliou a bem sucedida experiência do programa de erradicação do tabagismo, realizada entre os anos de 2008 e 2015 em uma clínica psiquiátrica na cidade do Rio de Janeiro, no Rio de Janeiro, Brasil.

O programa teve como objetivos, avaliar o tratamento da dependência do tabaco em pacientes com uso de substâncias e outros transtornos psiquiátricos e a experiência de transformar o espaço terapêutico clínico em um ambiente de tabaco livre, considerando que o uso de tabaco é responsável por um grande número de mortes evitáveis ​​e outros danos à saúde.

Métodos:

​O​ programa atingiu os objetivos propostos, promovendo a abstinência do tabaco em um grande número de pacientes, através do uso de tratamento farmacológico, grupos de ajuda mútua, psicoterapia comportamental cognitiva, terapia ocupacional, terapia artística e atividade física moderada.

Resultados:

​Em um período de 12 meses, após a conclusão do programa, 48% dos pacientes avaliados mantiveram-se na abstinência do tabaco

Conclusões:

​O​ estudo realizado mostrou que é possível a eliminação do tabaco no ambiente terapêutico estabelecendo metas claras, com o envolvimento de todo o pessoal e pacientes. A redução progressiva do consumo de tabaco durante o período de estudo, até sua completa eliminação do espaço físico da instituição, foi atingida com sucesso. Além disso, os pacientes se beneficiam do programa anti-tabagismo, como demonstrado pelo fato de que cerca de metade dos pacientes permaneceu abstêmia em relação ao tabaco após 12 meses de alta hospitalar.

 

Dia Mundial Sem Tabaco – 31 de maio. Tabaco Zero – Programa pioneiro em ambiente hospitalar