Por: Luiz Fabricio Vieira Simão

INTRODUÇÃO:

Este trabalho consiste em mostrar a definição de dependência química pelo olhar do médico, olhar do psicoterapeuta através do acolhimento humanitário que é direcionado inicialmente ao paciente adicto em paralelo fazer um tratamento com os familiares que são envolvidos em todas as questões.

Para entendermos a definição do que é ser um dependente químico, é necessário que tenhamos disponibilidade de absorção do seu sólido conceito e todo seu desenvolvimento teórico e prático.

De acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-10), a dependência química caracteriza-se pela presença de um agrupamento de sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos, indicando que o indivíduo continua utilizando uma substância, apesar de problemas significativos relacionados a ela.

DESENVOLVIMENTO

O que é dependência química de acordo com a OMS? Desde 2001 a dependência química encontra-se nas classificações de transtornos psiquiátricos, considerada uma doença crônica mas possível de se tratar, mas quando citamos como crônica já existe um embate para darmos inicio ao tratamento por ser uma doença de evolução progressivamente resultando em mudança de comportamento. E essa mudança pode-se dar inicialmente de forma agressiva em resposta a proteção que o adicto faz com relação ao seu objeto de escolha para drogar-se.

De acordo com a linha de abordagem da psicanálise; Entender a dependência química não é tão simples quanto parece, o que na verdade quando se fala que tal sujeito se encontra sob o domínio das substancias toxicas, esse sujeito numa primeira visão é visto como um marginal, vagabundo, alguém que não quer nada com nada e etc, essa é uma visão do senso comum que são céticos em relação a esse problema. Inicialmente quando se descobre que alguém de nossa família ou próximo a nós a coisa passa a mudar de figura, aí começam a se perguntar onde foi que erraram, porque esse sujeito foi por esse caminho, são tantas as perguntas e culpas que os familiares sentem que acabam se tornando co-dependente dessa doença, doença essa que é incurável, mas que pode ser controlada.

Algumas famílias de dependentes, diante da sociedade sentem vergonha de ter um membro de sua família que passou a trilhar um caminho que jamais pensava que pudesse ocorrer naquele seio familiar, vergonha essa que podemos denomina-la de culpa.

As drogas fazem com que os usuários passam a ter uma relação de prazer onde o resultado dessa relação é mascarar suas faltas subjetivas – A instalação da falta simbólica inaugura no sujeito, a possibilidade inconsciente de desejar fazendo com que se rompa com a ideia de completude, independente de qual seja o objeto ele não irá suprir essa falta – e frustrações que no momento em que as consomem deixam de existir, esse momento de prazer nada mais é que uma ilusão passageira, sendo este um momento passageiro, o dependente passa então a consumir maior quantidade de substâncias toxicas, assim a medida que o efeito ilusório termina, novamente em quantidade maior o adicto consume tornando-se um ciclo vicioso.

Como se dá um funcionamento correto de uma clínica voltado para o tratamento de pacientes com transtornos de dependência química? As clínicas que são voltadas para o tratamento de dependentes químicos devem esta inscrito sob o RDC50, a clínica que trabalha com essa especialidade devem também ter incluso na inscrição estadual o CRM do médico clínico ou psiquiatra responsável pelo estabelecimento e também está inscrito no CNES. A estrutura Clínica para esse tipo exclusivo de tratamento independente se a direção for técnica ou clínica, quem responde por toda sua funcionalidade e êxito é o médico clínico ou o psiquiatra.

 OBJETIVO:

Continuando nas diferenciações de como a dependência química é vista por diversas vertentes, a teoria cognitivo comportamental endossa que a dependência é um fenômeno complexo e que para o tratamento deve-se dar ênfase a seus diferentes aspectos ou condições, sendo que cada paciente deve ser examinado em sua particularidade. O clínico deve buscar o foco do seu trabalho que é auxiliar o indivíduo, buscando as modificações de comportamento que é facilitadora da dependência. Assim o profissional irá se utilizar de ferramentas terapêuticas necessárias na busca de resultados através de evidências.

O objetivo deste artigo é mostrar que existe algo a mais, algo da parte subjetiva desse sujeito que faz com que o mesmo busque algo na droga, uma completude que faz com que o sujeito busque sempre suprir uma falta, o ser humano é um ser dinâmico, sempre está em busca de algo que o complete, quanto mais o sujeito realiza seus objetivos mais objetivos para serem realizados irão surgir, também sempre em busca  de um momento de felicidade plena que nunca será alcançada. Quando o sujeito não consegue realizar seus objetivos e muito menos alcançar essa felicidade que é ilusória faz com que ocorra a frustração que pode ser usado como um dos “motivos” para que o sujeito busque na droga uma maneira de satisfação.

A psicanálise entra nesse artigo com a funcionalidade de mostrar-se como método de tratamento para pacientes de dependência química, a psicanálise não iria excluir a função das outras linhas da psicologia nesse tipo de tratamento, mas entra com objetivo de somar como uma forma a mais de tratamento do paciente, mas esse tratamento se desdobrará sobre o sujeito, ou seja, a psicanálise irá buscar esse sujeito que se perdeu diante da droga, ou até mesmo aquele sujeito que acredita que se encontrou nas drogas e assim buscou através das mesmas viver na fantasia que ela cria em sua mente.

Como o direito em específico, o TRT, vê a questão da dependência química de uma forma baseada logicamente nas questões legais e a forma que se dá no ambiente de trabalho, a Organização Mundial de Saúde, juntamente com outras entidades, realizou estudo, no qual ficou demonstrado que o abuso de álcool é uma das doenças que mais causam danos à pessoa. O alcoolismo é uma patologia psiquiátrica.

CONCLUSÃO

O tratamento dos pacientes que apresentam algum transtorno relacionado por uso abusivo de drogas ilícitas, lícitas, álcool ou tabaco devem procurar uma clínica especializada que trabalham com essas demandas especificamente, contenha uma equipe formada por profissionais como; psiquiatra, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais e enfermeiros. Em algumas clínicas especializadas aliam-se aos profissionais de saúde consultores em dependência química, geralmente responsáveis por grupos de AA/NA, porém o foco do tratamento não é a programação dos “12 Passos” mas ela esta inclusa. Os atendimentos psiquiátricos são individuais assim como os psicológicos. Além disso geralmente oferecem-se grupos terapêuticos diários, além de grupos de conscientização sobre a doença. As clínicas mais preparadas oferecem atividade física supervisionada por professores de educação física.

Com relação ao tratamento da família que são dadas como co dependentes de seus adictos devem buscar grupos de apoios aos familiares de adictos como ALA-NON e NAR-ANON, para que busque uma forma de aceitar que também encontra-se adoecido, ambos os locais quem for irá se deparar com situações piores que as suas próprias, assim devemos valorizar o trabalho do “só por hoje” 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 O Tratamento da Dependência Química e as Terapias Cognitivo-Comportamentais – Um Guia Para Terapeutas Autor: Autor: Neide A. ZanelattoRonaldo Laranjeira – a7Editora Editora Artmed

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X2013000100018

https://www.google.com/amp/s/trt-3.jusbrasil.com.br/noticias/100319950/dependente-quimico-deve-ser-encaminhado-para-tratamento-medico/amp#ampshare=https://trt-3.jusbrasil.com.br/noticias/100319950/dependente-quimico-deve-ser-encaminhado-para-tratamento-medico

Simão, Luiz Fabricio Vieira; A Clínica psicanalítica sujeito toxicômano: Tratamento, monografia.

http://www.denarc.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=39

http://kiai.med.br/2012/01/30/formas-de-tratamento-da-dependencia-quimica-adiccao/

 

O conceito de dependência química através da medicina, psicoterapia, direito e a forma de tratamento