Autora: Simone Gisele Fina

ÍNDICE
 Resumo …………………………………….. 1
 Introdução …………………………………. 2
 Fatores ………………………………………. 3
 Exercícios Físicos ………………………… 3
 Alimentação ……………………………….. 7
 Conclusão ………………………………….. 7
 Bibliografia ………………………………… 9

RESUMO

Este artigo tem por objetivo demostrar a importância dos exercícios físicos assim como também na prevenção e recaídas no uso indevido de substâncias psicoativas como também na manutenção e equilíbrio emocional inclusive em outros transtornos psiquiátricos. Os fatores de tais comorbidades são múltiplos e uma das terapias como proposta é a atividade física estando em sua abrangência na intervenção ao sedentarismo dos pacientes proporcionando benefícios em seu organismo, estimulando as drogas naturais em nosso metabolismo, independentemente se estes já experimentaram, já fizeram ou fazem algum uso de substâncias psicoativas.
Em primeiro lugar, poucos têm acesso a gama de informações atualizadas existentes no que diz respeito a transtornos psiquiátricos e síndromes psicológicas, como também não têm as informações também atualizadas no que diz respeito aos tratamentos para tais comorbidades e síndromes existentes em um número muito maior do que supõe-se.

O preconceito é outra barreira a ser superada, visto que muitos doentes têm preconceitos consigo mesmo, o que dificulta na aceitação da doença pelo medo que se tem de não ser mais aceito em seu meio social e acaba esquecendo que a mudança de atitude pessoal começa na aceitação da comorbidade e em seguida na revisão de conceitos pré-estabelicidos erradamente para que novas atitudes e hábitos sejam adotados a partir de então.

Tudo é possível, mas é preciso paciência e perseverança que muitas vezes faltam, porque frequentemente desconfia-se de sua capacidade de transformação em sí mesmo.

Palavras-Chave: Patologia – Drogas – Depressão – Saúde – Exercícios – Terapia

INTRODUÇÃO

O objetivo deste artigo é apresentar aos leitores, familiares e pacientes com comorbidades psiquiátricas recorrentes ou não, os benefícios dos exercícios físicos, visto que os fatores de tais comorbidades são multifatoriais e multidimensionais.

Reflexões de seus próprios conceitos a fim de revê-los como também compará-los com os velhos conceitos pré-estabelecidos; fazendo desta forma uma terapia de prevenção, de tratamento e, de autoajuda com o objetivo de que os pacientes “revisem seus conceitos” a fim de agregar novos hábitos e renovar atitudes em sua vida; melhorando assim a sua qualidade de vida e bem estar pessoal dos pacientes em terapias em grupo ou individual, assim como também estar mais consciente da importância dos exercícios físicos e seus benefícios, assim como também a intervenção medicamentosa e a terapia cognitiva comportamental.

A terapia tem por objetivo praticar o bem através deste trabalho e tem como meta a melhora da saúde mental, física, social e espiritual dos pacientes, ajudando-os a ter uma qualidade de vida que valha a pena ser vivida.

As criaturas assimilam conceitos simplesmente porque outras, que elas julgam importantes e entendidas, lhes disseram que são verdadeiros. As crenças de toda espécie começaram através de histórias e costumes criados por alguém e com o passar do tempo se tornaram “regras éticas”. Crença é a ação de acreditar naquilo que convencionamos adotar como verdade, mas algumas não são verdadeiras!
Devemos nos avaliar demoradamente nos conceitos antecedentes de nossas vidas, muitas vezes passados por familiares e amigos para que possamos nos promover uma autoanálise proveitosa, para identificarmos nossos padrões de pensamentos deficitários, diferenciando aqueles que nos são úteis daqueles que não nos servem mais. Será dessa forma que conseguiremos nos libertar das nossas compulsões desgastantes e dos nossos hábitos infelizes.

FATORES

CAUSAS: OCIOSIDADE – DEPRESSÃO – INSEGURANÇA

Disse Sócrates: “Não é ocioso apenas o que nada faz, mas também o que poderia empregar melhor o seu tempo”. A ociosidade é uma porta que se abre para os vícios, é uma casa sem paredes; as “serpentes” podem entrar nela por todos os lados.
A ociosidade pode ser considerada “causa e efeito” de todos os vícios ou o comodismo pode ser considerado como o mal da humanidade?!

EXERCÍCIOS FÍSICOS
A maioria dos pacientes tem dificuldade em aceitar as atividades físicas como fator importantíssimo para os resultados médicos em seu tratamento.
Muitos pacientes se sentem sem energia e sem vontade para testar essa atividade também terapêutica.
Atividade física é a união de ações que uma pessoa ou um grupo realiza envolvendo gastos calóricos e para isso é preciso fazer exercícios físicos de modo que possa se ter resultados de benefícios à saúde.
O inverso da prática de exercícios físicos é o sedentarismo, um problema que está crescendo muito, já que a população tem gasto bem menos calorias se comparada ao que gastava há 100 anos atrás, o que explica o sedentarismo é o fato de cerca de 70% da população brasileira, ou seja, mais do que a obesidade e a hipertensão.

Uma das principais causas do sedentarismo pode ser compreendido como o estilo de vida atual, que corresponde a 54% do risco de morte por infarto e 50% do risco de morte por derrame cerebral, as principais causas de morte em nosso país.
As pessoas mais sujeitas ao sedenterismo são as mulheres, os idosos e pessoas de nível sócio-econômico.
A maioria dos estudos sobre os efeitos ansiolíticos do exercício físico, até meados da década de 90, foram realizados avaliando estados de ansiedade, com indivíduos jovens, universitários ou atletas, que podem ser considerados pré-condicionados, limitando a validade das conclusões para populações com ansiedade patológica. Na atualidade, o número de estudos envolvendo pacientes com transtorno de ansiedade aumentou. O presente estudo tem por objetivo a revisão de artigos que discutem a influência do exercício físico nos transtornos de ansiedade também.
Com relação a saúde física, o primeiro benefício é a perda de peso e da porcentagem de gordura corporal, além da redução da pressão arterial, melhora do diabetes, diminuição do colesterol e aumento do HDL-colesterol, conhecido como colesterol bom. Para se ter uma idéia; pessoas que deixam de ser sedentárias e passam a ser um pouco mais ativas conseguem diminuir o risco de morte por doenças do coração em 40%, ou seja, isso demonstra que uma pessoa com pequenas mudanças em seus hábitos é capaz de provocar uma grande melhora na saúde, na qualidade de vida e na recuperação de dependência química.
Mas não é só no corpo que os benefícios são destinados, na saúde mental, a prática de exercícios físicos auxiliam na regulação das substâncias relacionadas ao sistema nervoso central; ajudando a melhorar o fluxo de sangue para o cérebro, além disso, auxilia também na manutenção da abstinência de drogas e na recuperação da auto-estima, já que é comprovado que existe também a redução da ansiedade e do estresse, e por fim, a atividade física também pode atuar nos efeitos do convívio social em academias, em danças de salão entre outros grupos esportistas, melhorando também o convívio familiar e no trabalho.
Nora Volkow, chefe do Instituto Nacional de Abuso de Drogas descobriu num estudo que jovens adolescentes que faziam exercícios físicos diários eram 50% menos propícios a fumar, além de terem 40% menos de chances de experimentarem maconha.
Exercícios parecem revigorar neurotransmissores que dão a sensação de prazer; “em crianças isso é inato”, diz Nora Volkow, “crianças querem se mover”. No entanto as crianças norte-americanas e atualmente as brasileiras também estão se tornando cada vez mais sedentárias, como se pode notar através da epidemia de obesidade, com o “tempo de tela” substituindo brincadeiras do lado de fora da casa. Crianças e jovens sedentários se tornam adultos sedentários.
Por que nós perdemos a habilidade de sentirmos “prazer” com exercícios físicos? Pergunta Nora Volkow.
As atividades físicas estimulam um caminho de recompensa no cérebro que nos deixa menos vulneráveis às drogas, pois os exercícios atuam como antidepressivos e aliviam o estresse.
Depressão, Ansiedade e Estresse contribuem muito para os riscos de alcoolismo, tabagismo e abuso de outras drogas. Nora Volkow acredita ser intrigante que tanto o déficit de atenção quanto a obesidade envolvam problemas com um produto químico cerebral, a dopamina, um sistema de drogas que sequestram para criar o vício. Os macacos que não brincam o suficiente na infância têm problemas para controlar a agressividade quando se tornam mais velhos. Os mais agressivos tendem a ter defeitos envolvendo outro neurotransmissor, a serotonina e bebem muito quando os pesquisadores lhes oferecem álcool.
Atividades físicas aumentam a produção de fatores de crescimento e células-tronco em regiões chave do cérebro, importantes para o aprendizado e humor; aumenta a formação de vasos sanguíneos e fortalece as redes de comunicação entre neurônios.
As atividades físicas exerce regular influência positiva no tratamento de dependentes químicos, pois a droga é capaz de alterar a fisiologia de todo o organismo, provocando assim um distúrbio da homeostase. Toda atividade física aumenta a serotonina e, portanto, funciona como antidepressivo (Berenstein, 2004) e lembrando também que a depressão esta associada à maioria dos transtornos mentais existentes, como também em síndromes psicológicas.
As atividades físicas podem ser aeróbicas ou anaeróbicas.
As aeróbicas estimulam o funcionamento cardíaco, pulmonar e muscular, contribuindo para uma melhora significativa do ritmo cardíaco, do aproveitamento respiratório e para obtenção e manutenção da pressão arterial.
Os exercícios aeróbicos incluem caminhadas, andar de bicicleta, dançar, correr, nadar e a hidroginástica.
Os exercícios anaeróbicos estão relacionados ao ganho de força muscular, como sessões de musculação e outros exercícios que melhoram a flexibilidade do corpo como aulas de alongamento, pilates e ioga.
A prática de atividades físicas deve ser iniciada de forma gradativa (dez a vinte minutos por dia) e aumentada lentamente até que se atinja a meta ideal de cinquenta a sessenta minutos com a frequência de três a cinco vezes por semana.
As atividades físicas regulares promovem a liberação, a médio e longo prazo, de substâncias cerebrais extremamente importantes na recuperação de patologias cerebrais, as drogas naturais em nosso metabolismo, como a dopamina, a serotonina e a noradrenalina.
Após seis semanas também teremos a endorfina, que exerce uma ajuda preciosa para quadros depressivos dentre as patologias cerebrais existentes.
A endorfina é um neurotransmissor cerebral com potente função analgésica, reduzindo os diversos sintomas dolorosos e proporcionando a sensação de satisfação e bem-estar.
A prática regular de exercícios proporciona redução dos riscos de doenças cardíacas e degenerativas (como Alzheimer e Parkinson), aumentando o nível de energia física, melhora na qualidade de sono e do apetite, aumento da massa óssea (que pode prevenir ou retardar a osteoporose), melhora da autoestima, mantém um peso corpóreo saudável e aumenta a convivência social.
As atividades em grupo como caminhadas, escaladas, trilhas ecológicas, corridas, ciclismo, basquete, futebol, vôlei … e dança de salão, têm promovido verdadeiras revoluções na vida de muitos pacientes, marcando inclusive o início de uma nova fase de vida social, muito mais alegre, com novos amigos e maior interação, inclusive compartilhamento emocional.

ALIMENTAÇÃO
CUIDADOS COM A ALIMENTAÇÃO E O SONO

Quanto melhor nos alimentarmos, melhor será nossa disposição física.
De forma geral, devemos abusar de frutas, verduras e legumes, comer com moderação carboidratos, proteínas e laticínios e, de forma mais restritiva ainda, as gorduras e os doces (estes, além de níveis elevados de açúcar, também apresentam altas taxas de gordura e escassez de nutrientes saudáveis).
Grandes quantidades de açúcar produzem instabilidades de humor e também “efeitos depressivos de rebote”, mas o excesso de açúcar também pode produzir uma espécie de dependência cerebral, que faz com que o cérebro exija doses cada vez mais elevadas dessas substâncias para realizar o mínimo de suas atividades. Com o tempo, os efeitos depressivos do açúcar se tornam crônico, além de aumentar as chances dos pacientes apresentarem outras patologias como diabetes, obesidade, hipertensão arterial, etc.
Deve-se ingerir de dois a três litros de água por dia, por que nosso sangue é constituído de 90% de água e apenas 10% de células sanguíneas, para melhorarmos também a circulação sanguínea do corpo e especialmente do cérebro, como também para que as medicações sejam bem absorvidas em nosso metabolismo.
Restabelecer também de sete a oito horas de sono, sem apneias obstrutivas e/ou movimentos bruscos com vários despertares ajuda a prevenir possíveis recaídas.
O sono fornece energia para todo o organismo, revigora o físico e a mente, melhora a disposição para a prática de atividades físicas, aumenta a resistência à situações de estresse e fortalece o sistema imunológico, protegendo-nos de doenças virais ou bacterianas e ajudando na produção do hormônio do crescimento para as crianças e adolescentes e para os adultos ajuda a manter a massa muscular e óssea.

CONCLUSÃO
Inúmeros indivíduos tomam as mais diferentes atitudes diante da vida, porque diferentes informações lhes foram transmitidas quando eram crianças e todas se desenvolvem acreditando que estão completamente certas e convencidas e que as outras estão totalmente erradas.
O vício pode ser um “erro de conceito” ou “erro de cálculo” na procura de paz e serenidade, por que todos nós queremos ser felizes e ninguém, conscientemente busca de propósito viver em desprazer, aflição e/ou infelicidade.
Nosso modo de ser no mundo está sendo moldado por nossas atitudes interiores; alias estamos, diariamente aprendendo como desenvolver atitudes cada vez mais adequadas e coerentes em favor de nós mesmos.
Hábitos preferidos se formam através do tempo e se sedimentam com repetidas manobras mentais. O que funcionou muito bem em situações importantes de nossa vida, mantendo nossa ansiedade controlada e, sob domínio provavelmente será reproduzido em outras ocasiões. A estratégia psíquica passa a ser: “quando tenho um problema, preciso comer algo para resolvê-lo”.
O que a princípio foi uma descoberta compensadora e benéfica mas, … mais tarde poderá vir a ser um mecanismo desnecessário, tornando-se um impulso neurótico e desagradável em nosso dia-a-dia.
Se as comorbidades são multifatoriais e multidimensionais, conclui-se que, o tratamento também deve ser multididiciplinar; banindo o preconceito com relação a sí mesmo, a partir de então deve-se aceitar a própria comorbidade para que posteriormente a conscientização da importância de se tratar de modo multidisciplinar.
No que diz respeito ao fator genético e/ou bioquímico de uma comorbidade psiquiátrica propõe-se o tratamento medicamentoso estando este paralelamente sendo tratado com a terapia de exercícios físicos em sua devida importância apresentada acima citada, quanto à estimulação das drogas naturais em nosso metabolismo equilibrando assim os níveis da dopamina, a noradrenalina, a serotonina e até mesmo a endorfina.
No que tange aos fatores culturais, a Terapia Cognitiva Comportamental é a mais indicada, pois proporciona uma “ginástica cerebral” necessária aos pacientes para que se possa corrigir pré-conceitos estabelecidos erradamente em sua criação e formação.
No que diz respeito aos fatores sociais; tem-se a disposição grupos de mútua ajuda como os Narcóticos Anônimos, os Alcoólicos Anônimos e Grupos de Terapia Dialética Comportamental para outros transtornos psiquiátricos e para síndromes psicológicas também; estando estes dois tipos de terapias paralelamente ligados com a importância da Religião que apesar de não ser uma terapia tem sido de suma importância na prevenção contra qualquer tipo de dependência como também na prevenção de recaídas para adictos em tratamento e suplementação no tratamento de outras comorbidades psiquiátricas e síndromes psicológicas.
O relacionamento entre Terapeuta e Paciente, deve ser um relacionamento de mão dupla para que ambos tenham sucesso na recuperação e restauração da auto-estima dos pacientes e sua reabilitação social.
BIBLIOGRAFIA:
Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva; Mentes Depressivas
Martins, José Alberto Pastana, Luiz Carlos Formiga, Oswald Moraes Andrade e Roberto Silveira; As Drogas e Suas ConsequenciasCelso
Darryl S. Inaba e William E. Cohen; Drogas: Estimulantes, Depressores, Alucinógenos Efeitos Físicos e Mentais das Drogas Psicoativas
Revista Saúde, “O Remédio Está Na Fé”. Ed. Abril, n371, 2013.
Alexander Moreira Almeida, Harald G. Koening e Giancarlo Lucchetti. “Clinical Implications of Spirituality to Mental Health: review of evidence and practical guidelines”.
H. G. Koening, D. King e V. B. Carson. Handbook of religion and health.
Juliane P. B. Gonçalves et al. “Avaliação da prática de terapia complementar spiritual/religiosa em saúde mental”.
Luz, Daniel C. – Insight, vol. III
Biaggio, Ângela M. Brasil – Psicologia do Desenvolvimento
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/) (www.rbconline.org.br) Revista Brasileira de Ciências do Esporte ) (acesso em 27/05/2018)
http://www.grupocasoto.com.br/blog/saude/atividade-fisica-para-usuarios-de-drogas/152/ (acesso em 27/05/2018)
Exercícios Físicos e Seus Benefícios – Aluna: Simone Gisele Fina
10
http://ciencia.estadao.com.br/noticias/geral,eua-pesquisam-ligacao-entre-exercicio-e-combate-as-drogas,186502 (09/junho/2008) (acesso em 27/05/2018)
http://www.efdeportes.com/edf180/atividade-fisica-no-tratamento-de-dependentes.html (Mayo de 2013 – Año 18 – Nº 180) EFDeportes.co., Revista Digital. Buenos Aires (acesso em 27/05/2018)
https://www.scielosp.org/article/csc/2006.v11n3/807-816/
ARAUJO, Sônia Regina Cassiano de; MELLO, Marco Túlio de; LEITE, José Roberto. Transtornos de ansiedade e exercício físico. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo , v. 29, n. 2, p. 164-171, jun. 2007
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/3701
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462006005000027
http://vml029.epm.br/handle/11600/3701?locale-attribute=pt
Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP

A Importância dos Exercícios Físicos na Terapia Multidisciplinar