Aluna: Gisele Cristina Teixeira Santos

Resumo:

Palavras chaves: Dependência Química, Transtorno Mental e Exercicios Físico.

Introdução:

Por se tratar da existência de uma alta prevalência de patologias psiquiátricas, isto é, doenças mentais, em paralelo à dependência química, que chega a atingir quase 50% dos pacientes.Ta tão significativa que ela passa a se comportar epidemiologicamente, e por isso foi denominada “patologia dual”. A designação nasceu do fato de existirem, concomitantemente no mesmo doente, um diagnóstico de patologia de dependência química e uma patologia psiquiátrica aditiva.

O exercício físico é um aliado importante no tratamento de várias patologias e suas comorbidades, por efeitos diretos, como a redução da gordura corporal e dos níveis de colesterol e a melhoria cardiorrespiratória, ou indiretos, como a melhoria na autoestima e na sensação de bem estar, com redução de sintomas depressivos, déficit de atenção e a função cognitiva. Há uma consciência de que além de tratar problemas de saúde, o condicionamento físico previne problemas e reduz o agravo de patologias. Especificamente nos problemas de saúde relacionados ao uso de drogas, o exercício físico estimula a liberação de substâncias neurotróficas, propicia melhoria funcional do sistema nervoso e até mesmo sensações de prazer e relaxamento, interfere de maneira positiva na prevenção e no tratamento da dependência.

Desenvolvimento:

Certo é que o uso abusivo e prolongado de qualquer tipo de substância psicotrópica, lícita ou não, provoca danos, por vezes irreparáveis, ao organismo do indivíduo. Normalmente o sistema nervoso central é o mais afetado. No que concerne ao uso do álcool, por exemplo, o organismo promove neuroadaptações no funcionamento das monoaminas, dos aminoácidos neurotransmissores, dos canais de cálcio e de outros mecanismos de sinalização celular, adapta se à presença do álcool e gera uma importante síndrome em decorrência de sua
abstinência, com problemas emocionais, cognitivos e de percepção somática característicos. (Zaleski et al., 2004).
De acordo com Esteves; Santana; Vilar et al (2004), as práticas do exercício físico apontam mudanças nos níveis de neurotransmissão, afetando o comportamento afetivo, motor, percepção sensorial e a integração sensoriomotora, a acetilcolina, dopamina, noradrenalina, serotonina são neurotransmissores liberadas durante a atividade física. Os níveis de noradrenalina aumentam mesmo em exercícios aeróbios leves, enquanto o nível de adrenalina aumenta pouco, em exercícios leves, e muito rapidamente em exercícios vigorosos (90% VO2). Em relação ao exercício agudo, há praticamente um consenso sobre o aumento significativo nos níveis de 5hidroxiptamina/serotonina.
De acordo com Hammer, (2012) a realização de exercícios físicos pode estar ligada a melhoria de diversos fatores de crescimento, como o fator neurotrófico cerebral (BDNF), que medeia efeitos protetores e terapêuticos do exercício na depressão (HAMMER, 2012) estabelecendo uma ótima forma de prevenção e combate da doença, desde que seja de forma constante e moderada (PEREIRA, 2013). Além disso, características positivas, são observadas nas esferas fisiológicas (aumento da oxigenação cerebral), bioquímicas (aumento na concentração das monoaminas) psicológicas (distração, aumento da autoeficácia)
O exercício físico tem sido proposto como adjuvante no tratamento de transtorno mentais e tratamento da dependência de drogas lícitas e ilícitas, complementa abordagens psicoterapêuticas e farmacológicas tradicionais. Assim, representa um incremento significativo nas possibilidades para abordagem e tratamento, torna se alvo de interesse de pesquisadores que buscam a compreensão das bases fisiológicas para sua inclusão terapêutica, de forma segura, com vistas à redução das alterações neuroquímicas, do desejo e da compulsão pelo uso (fissura), dos distúrbios do humor e da cognição, bem como dos níveis de estresse e das dificuldades para relacionamento social e afetivo decorrentes do uso de drogas.

Conclusão:

Assim, este trabalho aborda o tema da Patologia Dual, incorporando o exercício físico como uma estratégia para estimular a recuperação, reabilitação e socialização dos pacientes. Destacamos a necessidade de especificidades na avaliação do estado geral dos indivíduos,
para que o programa de exercícios físicos seja melhor dimensionado no planejamento e na intervenção terapêutica.

Referência Bibliográficas:
1- Zaleski et al., 2004 M. Zaleski, G.S. Morato, V.A. da Silva, T. Lemos Aspectos neurofarmacológicos do uso crônico e da síndrome de abstinência do álcool Revista Brasileira de Psiquiatria, 26 (2004), pp. 40-42 CrossRefView Record in Scopus
2- G.F. Ferreira Efeitos da atividade física no tratamento de dependentes químicos: uma revisão de literatura Lecturas, Educación Física y Deportes, 15 (2012), p. 166 View Record in Scopus View in article
3- E. Zschucke, A. Heinz, A. Ströhle Exercise and physical activity in the therapy of substance use disorders Scientific World Journal., 2012 (2012), p. 901741 View in article
4- ESTEVES, Andréa Maculano; SANTANA Marcos Gonçalves de; VILAR, Ana Paula Ferreira (et al). Sistema Nervoso e Exercício Físico. In: MELLO, Marco Túlio de; TUFIK, Sergio. Atividade Física, exercício físico e aspectos psicobiológicos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004, p.1-9.
5- HAMMER, Mark. Psychosocial stress and cardiovascular disease risk: the role of physical activity. American psychosomatic society, v. 74, n. 9, p. 896-903, 2012.
6- PEREIRA, Ana Luiza Souza. Exercício físico no controle e prevenção da ansiedade e depressão. 33f. 2013. Monografia (Bacharelado em Educação Física). Faculdade de Educação Física, Centro Universitário de Formiga, UNIFOR, Formiga, MG, 2013.

A Importância do Exercício Físico no Tratamento da Patologia Dual