Luciana Castanheira Lobo de Araújo

 

Drogas Perturbadoras – Maconha

 

 

Resumo

São denominadas perturbadoras as plantas e as substâncias que, quando consumidas, produzem uma série de distorções qualitativas no funcionamento do cérebro, como delírios, alucinações e alteração na capacidade de discriminar medidas de tempo e espaço.  Além de perturbadoras, essas drogas também são denominadas alucinógenas.  No caso da maconha, de acordo com a sua origem, é classificada como natural (tetrahidrocanabinol).  Já com relação ao tipo de efeito desencadeado pelo seu uso, os alucinógenos são caracterizados pelo intenso grau de subjetividade.

Palavras chave: Maconha, Drogas Perturbadoras, Alucinógenos, Tetrahidrocabinol, Subjetividade.

 

Introdução

 

O uso da maconha acompanha a historia do homem.  O efeito euforizante da planta foi descoberto na India (entre 2000 e 1400 a.c.), onde era utilizada para estimular o apetite, curar doenças venéreas e induzir o sono.  No Brasil, as sementes da maconha foram trazidas por escravos, como uma forma de ligação com a terra natal.  Como suas propriedades psicoativas e a possibilidade de abuso estavam presentes e já eram conhecidas, o seu uso foi proibido e o tráfico teve início.

 

Desenvolvimento

 

Ainda são poucos os estudos a respeito dos efeitos, em longo prazo, do uso da maconha.  Um “baseado” de maconha pode conter mais alcatrão e outras substâncias tóxicas que um cigarro comum, portanto, o usuário estaria exposto aos mesmos riscos dos tabagistas, como o câncer de pulmão, bronquite e enfisema pulmonar. Podem ocorrer alterações súbitas da imunidade, deixando o usuário sob o risco de contrair mais viroses e infecções. A diminuição da quantidade de espermatozóides também já foi relatada. Além disso, problemas de memória, alterações no padrão de sono e redução da motivação têm sido relatados em usuários crônicos.

 

Objetivo

 

Falaremos aqui dos efeitos agudos mais importantes causados pelo uso da maconha.

No Sistema Nervoso Central (depende da dose, expectativa, ambiente):

  • Leve estado de euforia;
  • Relaxamento (redução da ansiedade);
  • Afeta sensações ligadas a música, ao paladar e ao sexo;
  • Prolonga a percepção de tempo;
  • Pode causar risos imotivados, torna o usuário mais falante e sujeito a delírios.

No resto do corpo:

  • Olhos avermelhados, boca seca e taquicardia.

Intoxicação (dose: 1.000 vezes maior que a usual)

  • O risco real para a saúde é minimo: ao há registro de morte por intoxicação.

Tolerância / Dependência / Síndrome de Abstinência

  • Tolerância: observada apenas em casos de consumo elevado;
  • Dependência: cerca de 10% dos usuários crônicos apresenta fissura e centralidade na droga;
  • Síndrome de Abstinência (fracamente definida e de baixa intensidade, somente para altas doses e em períodos prolongados de uso); ansiedade; insônia; perda do apetite; tremor das mãos; sudorese; reflexoso aumentados; bocejos; humor deprimido.

O uso regular da maconha, por períodos muito longos, está associado com:

  • Ansiedade, paranóia, pânico, depressão;
  • Prejuízo da memória e da habilidade de resolver problemas;
  • Redução da testosterona (redução transitória da fertilidade masculina)
  • Pressão arterial alta;
  • Psicose entre as pessoas com histórico familiar de esquizofrenia. O uso de maconha na adolescência aumenta a probabilidade de sintomas psicóticos após os 26 anos de idade;
  • Doença do coração e doenças Crônicas obstrutivas das vias aéreas;
  • Cânceres (propriedades carcinogênicas são superiores às do tabaco);
  • Problemas de atenção e motivação (síndrome amotivacional);
  • Prejuízo na memória/concentração: compromete desempenho de tarefas complexas e rendimento intelectual.

 

Conclusão

A maconha, cujo nome científico é cannabis sativa é uma das drogas mais usadas no Brasil, por ser barata e de fácil acesso nos grandes centros urbanos. O modo mais utilizado para usá-la é fumando enrolado em um papel, ou então utilizando um cachimbo. O que traz os efeitos é uma substância muito poderosa chamada tetrahidrocanabinol (THC), que varia de quantidade, dependendo da forma como a maconha é produzida ou fumada.

Como o usuário típico inala mais fumaça e a segura por mais tempo do que o faria com um cigarro, um baseado causa um impacto severo nos seus pulmões. Além do desconforto acompanhado de dores de garganta e bronquite, descobriu-se que usar um baseado expõe o usuário a elementos químicos cancerígenos equivalentes a 5 cigarros.

As consequências mentais do uso da maconha são igualmente severas. Em relação aos não usuários, os usuários de maconha têm memória e capacidade mental reduzidas.  Estudos recentes com jovens adultos que fumam maconha encontraram anormalidades no cérebro relacionadas à emoção, motivação e tomada de decisão.

 

Referências Bibliográficas

  • Dependência Química – Prevenção, Tratamento e Políticas Publicas, Ronaldo Laranjeiras e Col2011.

 

  • Drogas perturbadoras (maconha, LSD-25, êxtase e outros): efeitos agudos e crônicos: capítulo 6, Roseli Boerngen de Lacerda, Ana Regina Noto – 11.Ed. – Brasilia: Secretaria Nacional de Políticas sobre drogas, 2017. Apostila Supera.

 

 

4 –https://www.mundosemdrogas.org.br/drugfacts/marijuana.html, acessado em 18/10/2018.

 

 

Dependência Química