Por: Pedro Madsen Andrade (aluno CJJ)
Os mecanismos de defesa são uma forma de evitar determinados desprazeres gerados pela percepção que temos de um acontecimento, seja do mundo interno ou externo. Geralmente, essas percepções tratam de algo contrangedor e/ou doloroso. Para evitar esse desprazer, a pessoa “deforma” ou suprime a realidade.
São vários os mecanismos de defesa. Segundo Freud, são “processos inconscientes realizados pelo ego, i.e., ocorrem independentemente da vontade do indivíduo.”.
Portanto, defesa é, na verdade, a operação pela qual o ego exclui da consciência os conteúdos indesejáveis, protegendo dessa forma o aparelho psíquico.
Os principais desses mecanismos são:
Recalque: a pessoa suprime parte da realidade. Ela “não vê” e “não ouve” o que ocorre. Esse aspecto não é percebido pelo indivíduo e, para muitos especialistas, trata-se do mais radical mecanismo de defesa. Isto porque os demais mecanismos referem-se a deformações da realidade, e não a supressão como o recalque.
Formação Reativa: o ego tenta afastar um determinado desejo que vai em uma direção específica. Deste modo, a atitude do indivíduo (aquilo que aparece) busca esconder do próprio indivíduo suas verdadeiras motivações, i.e., seu desejo, para preservá-lo de uma descoberta acerca de si mesmo que poderia ser bastante dolorosa.
Regressão: aqui o indivíduo retorna a etapas anteriores do desenvolvimento humano. No caso da droga, podemos exemplificar um indivíduo que lida com certa ponderação em relação as coisas do seu trabalho, porém, em relação aos sintomas e estragos que a droga tem causado em sua vida pessoal e familiar, reage com ignorância.
Projeção: aqui o indivíduo localiza (projeta) algo de si no mundo externo, e não percebe aquilo que foi projetado como algo seu que considera indesejável. Talvez possamos dizer que seja o mais ‘comum’ dos mecanismos, por ser facilmente observável na vida cotidiana. Um exemplo é o adicto que acusa o colega de ser desmedido e não se dá conta de que ele é quem é desmedido.
Racionalização: a pessoa elabora uma argumentação intelectualmente convincente que justifique os estados “deformados” da consciência. A cultura e mesmo o saber científico são colocados pelo indivíduo a serviço do irracional.
Outros mecanismos de defesa são: fixação, denegação, identificação, isolamento, anulação retroativa, inversão e retorno sobre si mesmo.
O uso desses mecanismos não é, em si, patológico, contudo distorce a realidade e, no caso da adicção, “protege” uma (ou mais) patologia(s).
Fonte: BOCK, Ana Mercês Bahia, FURTADO, Odair, TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 52-53