Aluna: Lia Greco Chapuis

“…Um adicto é um homem ou uma mulher cuja vida é controlada pelas drogas.”(p.3)

Os adictos que encontram o programa de Narcóticos Anônimos se baseiam na sua experiência. O uso de qualquer substância que altere a mente ou o humor de um adicto, retirando a sua lucidez, provoca problemas em qualquer área de sua vida.

A maioria dos adictos não se considerava como tal antes de conhecer Narcóticos Anônimos, acreditava que podia parar de usar a qualquer momento e não escolheu se tornar adicto.

A adicção é uma doença de difícil detecção, diagnóstico e tratamento e envolve muito mais que o uso de drogas. O isolamento é o núcleo da doença, que inclui ainda características como manipulação, mentira e inversão de valores na tentativa de usar mais drogas para sobreviver. Um importante aspecto da adicção é a incapacidade de lidar com a vida como ela é. Um adicto na ativa (aquele que está usando drogas) está mergulhado em autoengano e racionalização, podendo ter suas funções mentais e emocionais bastante comprometidas, até reduzidas ao nível animal, entrando e saindo de instituições, pensando em suicídio e desejando a ausência de dor, sem compreender que essa ausência não pode ocorrer sem a abstinência de drogas. Entretanto, como outras doenças incuráveis, a adicção pode ser detida. Para isso, o adicto precisa estar disposto a admitir, sem reservas, que é alérgico a drogas, aceitando honestamente seu dilema e começando a agir positivamente.

A experiência de adictos em recuperação indica que somente a medicina não pode curar a sua doença. Antes de entrar em recuperação, um adicto não admite ter um problema com drogas até elas faltarem. Não há preocupação com o próprio bem estar, nem com o dos outros e, se outras pessoas sinalizam a um adicto sobre o seu problema, comumente a resposta é a negação e a permanência num processo autodestrutivo. “O mundo está errado, eu estou certo”, é a crença de um adicto e o mesmo pode perder a capacidade de exercer as suas atividades cotidianas e perde, especialmente, a capacidade de sentir.

Um adicto geralmente tem uma vida dupla e apresenta raros períodos de autoconsciência e de percepção da realidade.

Apesar das semelhanças, a doença de cada indivíduo leva a determinadas insanidades e não ter cometido algum absurdo pode servir como justificativa para a volta ao uso. O fundo de poço de cada adicto é pessoal, mas a progressão da doença é inquestionável. Geralmente, no início experimenta-se uma fase de “lua de mel” com as drogas e passados dias ou décadas, caso a morte não venha primeiro, os caminhos possíveis são instituições psiquiátricas ou prisionais, além de completa falência física, mental, espiritual e emocional, acompanhada de total desmoralização.

Durante o fundo de poço, quando os problemas saltam aos olhos, o adicto pode notar as consequências de seu uso e, enfim, procurar ajuda.

A adicção, doença que escraviza, afeta as pessoas próximas e a esperança de se manter limpo sozinho torna-se cada vez mais falha, causando dor e aflição.

Vale ressaltar que a doença, progressiva, crônica e fatal, pode ser tratada, começando por não usar. Quando adictos se encontram, se identificam e a ajuda então é possível e verdadeira.

A irmandade de Narcóticos Anônimos oferece um programa de recuperação e uma nova maneira de viver. A abstinência total e a prática dos Doze Passos permitem que a vida de adictos adquira sentido e, apesar de não estarem curados, adictos realmente se recuperam.

Fonte: Narcóticos Anônimos. Texto Básico. Sexta Edição. NAWS, Inc.

Quem é um adicto?