FONTE: Scielo – Departamento de Dependência Química da Associação Brasileira de Psiquiatria.
Aluno: Marcus Vinícius
As pessoas que tem uma ingestão excessiva e prolongada de bebidas alcoólicas quando diminuem ou param completamente de beber podem apresentar um conjunto de sintomas chamados de Síndrome de Abstinência do Álcool que geralmente se apresentam como tremores. Porém existem muitos outros sinais físicos e sintomas psicológicos que podem passar despercebidos num primeiro momento de avaliação do quadro da SAA.
Alguns fatores influenciam diretamente no aparecimento e na evolução da SAA, como por exemplo, as características individuais psicológicas e biológicas, a debilidade genética, o padrão de consumo e fatores socioculturais.
Alguns dos sintomas mais comuns da SAA são:
– Delirium tremens
– Taquicardia
– Ansiedade
– Náuseas
– Vômitos
– Tremores
– Hiper tensão arterial
– Alucinações
– Alteração de humor
– Convulsões
O momento desse diagnóstico, na maioria das vezes é uma valiosa oportunidade para motivar o paciente a dar continuidade a seu tratamento.
Diagnóstico:
A diminuição ou a abstinência completa da ingestão de Álcool em pacientes alcoólicos podem apresentar sintomas leves. Existem também aqueles que podem desenvolver quadros mais graves e chegar a óbito.
Classificação Internacional de Doenças CID10
F 10.3: Síndrome de abstinência
F 10.30: Síndrome de abstinência não complicada;
F 10.31: Síndrome de abstinência com convulsões.
F 10.4: Síndrome de abstinência com delirium tremens (DT)
O quadro se inicia após 6 horas da diminuição ou da interrupção do uso do álcool, quando aparecem os primeiros sintomas e sinais como tremores, ansiedade, insônia, náuseas e inquietação.
Em aproximadamente 10% dos pacientes apresentam sintomas mais severos como sudorese profusa, taquipnéia, febre baixa e tremores. Em torno de 5% dos pacientes que não forem tratados, podem-se desenvolver convulsões. Outro sintoma bem grave é o surgimento de Delirium Tremes (DT) sendo denunciado por alucinações, desorientação e alteração do nível de consciência. Os pacientes que apresentam DT e chegam a óbito é de 5% a 25%.
Avaliação do Paciente:
A avaliação de um paciente com uso crônico de álcool deve ser realizada cuidadosamente detalhada. Partindo desta investigação criteriosa, pode-se determinar o nível de comprometimento no momento da intervenção e a presença ou não de outras doenças que podem complicar o tratamento. Esse procedimento é fundamental para o encaminhamento dele para o tratamento adequado.
Após essa avaliação uma detalhada anamnese, um relatato da história do uso de álcool juntamente com uma orientação familiar, identificação de doenças pré-existentes e/ou diagnóstico dual, avaliação laboratorial.
Diagnóstico Diferencial:
As principais condições clínicas que devem ser observadas como diagnóstico diferencial são:
Infecções (pneumonia, meningite e encefalite).
Traumatismo cranio-encefálico, ematoma subdural.
Encefalopatia hepática, má nutrição.
Efeitos adversos de outros medicamentos
Com convulsões: tumor, alterações minerais ou hidroeletrolíticas, traumatismo craniano.
Com DT: outras causas de delirium
Avaliação Laboratorial:
Com o objetivo de avaliar mais precisamente as alterações orgânicas devido a dependência do álcool no paciente, os exames indicados são: volume corpuscular médio, os níveis das enzimas hepáticas, e eletrólitos como o magnésio, o sódio e o potássio.