Aluna: Kátia Cristina M. de Moraes A. da Conceição

Introdução

A Entrevista Entrevista Motivacional (EM) é uma abordagem psicológica, fundamentada em elementos de outras técnicas já existentes, tais como a terapia centrada no paciente e terapias breves, acrescentando alguns novos conceitos para cumprir o seu principal objetivo: promover a mudança de comportamento.

Conceitos

Os conceitos de motivação, ambivalência e prontidão para a mudança, essenciais à compreensão das dependências, são os pressupostos norteadores desta abordagem.
A EM surgiu a partir de experiências clínicas com dependentes de álcool e atualmente sua eficácia é consagrada para o beber problemático ( Vasilaki, Hosier & Cox, 2006) e outras dependências químicas (Dunn, Deroo & Rivara, 2001; Hettema, Steele & Miller, 2005), bem como no tratamento de doenças como hipertensão, diabetes, comorbidades psiquiátricas e transtornos alimentares (Hettema, Steele & Miller, 2005; Rubak, Sandboek, Lauritzen & Christensen, 2005;).

Expressar empatia, desenvolver a discrepância entre o comportamento presente e as metas do paciente, evitar argumentação, acompanhar a resistência e promover a autoeficácia são os cinco princípios da EM que orientam a conduta do terapeuta em todo contato com o paciente em qualquer fase do tratamento.
Entrevista Motivacional Breve

A abordagem da motivação foi introduzida na estrutura da Intervenção Breve (IB) em função não só da brevidade da técnica, mas principalmente da observação de que a comunicação empática voltada para a prontidão para mudança do paciente era tão importante quanto o diagnóstico em si. Esse modelo considera a mudança comportamental como um processo e leva em conta que as pessoas passam por diferentes estágios motivacionais. O modelo teórico tem início com a Pré-Contemplação, estágio em que a pessoa não considera a necessidade de ajuda, não demonstrando consciência suficiente de que tem problemas, embora outras pessoas do seu convívio possam estar cientes disso. Quando a pessoa visualiza seu consumo de substâncias como um problema com possibilidade de mudanças, ela entra no estágio de Contemplação. Seguindo para o estágio de Preparação, a pessoa começa a pensar em tentativas para mudar seu comportamento. Neste estágio, geralmente as pessoas são descritas como prontas para a ação. Quando estas tentativas são colocadas em prática surge o estágio de ação, ocorrendo uma implementação de planos para a modificação do comportamento aditivo envolvendo tentativas concretas de modificar comportamentos, experiências e/ou o meio ambiente, a fim de superar os problemas da dependência. Finalmente, o sucesso da mudança ocorre no estágio de manutenção, em que a pessoa modifica seu estilo de vida, evitando a recaída, atingindo abstinência e consolidando as mudanças. Vale ressaltar que o estágio motivacional do paciente foi estudado e considerado como um fator preditor de efetividade no tratamento.

Conclusão

A Entrevista Motivacional , foi desenhada para ser uma intervenção breve em intensidade e duração. Ela é mais vantajosa quando aplicada em ambientes com grande demanda de atendimento e pouca disponibilidade de tempo e profissionais. Três importantes revisões examinaram a eficácia das IBs baseadas nos princípios da EM (Noonan & Moyers, 1997; Dunn et al., 2001; Burke, Arkowitz & Menchola, 2003) e concluíram que a EM Breve é eficaz para vários problemas comportamentais relacionados ao uso de substância como álcool, maconha e opiáceos (Noonan & Moyers, 1997); é eficaz quando usada na intensificação de outros tratamentos de abuso de substância, funcionando melhor para o beber problemático e tratamentos intensivos do consumo de substâncias, sendo que o efeito da EM não diminuiu ao longo do tempo (Dunn et al., 2001) e é mais eficaz do que o não-tratamento e tão eficaz quanto qualquer outro tratamento ativo cientificamente reconhecido para o uso de álcool, outras drogas.

Fonte
www.scielo.br

Entrevista Motivacional