Aluna; Cristina Bessa de Mendonça
RESUMO
A anfetamina é uma droga sintética, fabricada em laboratório, a qual, por sua vez,
estimula o sistema nervoso central. A anfetamina faz com que o cérebro funcione mais
rápido do que o normal, acarretando um estado hiperativo nos indivíduos usuários.
As anfetaminas são estimulantes do sistema nervoso central, capazes de gerar quadro de
euforia, provocar a vigília, atuar como anorexígeno se aumentar a atividades e
hiperativos autônoma dos indivíduos.
Os usuários ficam mais desinibidos, excitados e hiperativos. O aumento da dopamina, a
principal molécula do prazer, embora não seja muito acentuado, contribuiu para
compulsão ao uso.
PALAVRAS-CHAVE; Anfetaminas, dependência, efeitos danosos a saúde.
INTRODUÇÃO
Anfetaminas são drogas sintéticas que estimulam a atividade do sistema nervoso
central. Foi utilizada em grande escala durante a Segunda Guerra Mundial para manter
os soldados mais acordados e mais ativos no esforço de guerra. Ficou evidente também
que as anfetaminas, que se mostraram eficazes para deixa-los mais atentos e confiantes,
diminuíam a sensação de fome e fadiga.
Mais tarde, quando a ação das anfetaminas como inibidoras do apetite foi comprovada ,
elas passaram a ser usadas nas dietas alimentares pelas pessoas que queriam perder
peso.
São anfetaminas o ‘ rebite’ que o caminhoneiro toma para não dormir ao volante, a
‘bolinha’ que deixa o estudante aceso nas vésperas das provas e os comprimidos de
ecstasy de que se serve o jovem para varar a noite nas baladas.
Nesse artigo farei um relato de um caso clínico do uso de anfetamina e seus efeitos.
DESENVOLVIMENTO
As anfetaminas são substancias simpatomiméticas que tem a estrutura básica da betafenetilamina.
Sob essa designação existem três categorias de drogas sintéticas que
diferem de si do ponto de vista químico.
Atualmente, a anfetamina é proibida em vários países. Em alguns países da Europa a
substancia foi totalmente proibida, sendo encontrada somente de forma clandestina,
vinda de outros locais. No Brasil a substancia é comercializada na forma de remédio
para tratamento de obesidade e pessoas que sofrem de distúrbios psicológicos, sendo
encontrada, portanto, em medicamentos controlados que exigem receitas médicas do
paciente.
A pessoa sob o efeito da anfetamina tem insônia, perda de apetite, , fica eufórica e com
a fala acelerada. Além disso apresenta sensação de poder, suor e calafrios. A pupila
dilata-se, efeito chamado midriasico sendo prejudicial e perigoso para os motoristas que
a consomem, pois ficam com os olhos mais sensíveis aos faróis dos carros.
As anfetaminas interferem na dopamina e noradrenalina, que são neurotransmissores do
Sistema Nervoso. Estas drogas agem aumentando a liberação e diminuindo a receptação
desses transmissores., com isso, aumenta a quantidade dessas substancias e suas funções
ficam exarcebadas no organismo.
A pessoa que toma anfetaminas é capaz de executar uma atividade qualquer por mais
tempo, sentindo menos cansaço. Este só aparece horas mais tarde quando a droga já se
foi do organismo, se nova dose é tomada as energias voltam, embora com menos
intensidade. De qualquer maneira as anfetaminas fazem com que um organismo reaja
acima de suas capacidades exercendo esforços excessivos, o que logicamente é
prejudicial para a saúde.
Se uma pessoa exagera na dose , toma vários comprimidos de uma só vez, todos os
efeitos acima descritos ficam mais acentuados e podem começar a aparecer
comportamentos diferentes do normal; ela fica mais agressiva, irritadiça, começa a
suspeitar de que os outros estão tramando contra ela; é o chamado delírio persecutório.
Dependendo do excesso da dose e da sensibilidade da pessoa pode aparecer um
verdadeiro estado de paranoia e até alucinações. É a psicose anfetamínica, os sinais
físicos também ficam muito evidentes; midríase acentuada, pele pálida e taquicardia.
CASO CLÍNICO
Paciente do sexo feminino, 30 anos, superior completo.
Breve relato feito pela paciente.
Estava trabalhando durante o dia em uma escola com duas turmas dando aula para
adolescentes, oficina de textos e a noite, dava aulas particulares de inglês e fazendo
mestrado.
Nessa mesma época, o muro da minha casa caiu e voltei a morar com os meus pais. Para
relaxar ficava na casa de uma amiga, que fumávamos maconha juntas , ao invés de dar o
efeito que dá em todo mundo, de ficar lenta. Eu tinha revelações, muito parecido com o
auge da mania, dava paranoias, ‘eu estou incomodando’, paranoia.
Fui numa festa e me senti ignorada. No dia seguinte teria uma reunião e uma festa
surpresa para organizar e uma pessoa me orientou a tomar a anfetamina Hipofagin 50
mg, disse que ela usou durante a faculdade. Tomar uma dose, beber bastante líquido e
comer, disse não ter tido muito efeito colateral.
A melhor droga que já tomei em toda a minha vida, sensações de energias de euforia.
Me sentia leve, como se as coisas fossem se encaixar. Tudo muito intenso, estva num
momento desafio intelectual por causa do mestrado.
Na festa além da bebida , usei a maconha. Subindo o ego, nada dava errado, me sentia a
rainha do mundo. A anfetamina deixou eu me desligar de tudo o que estava
acontecendo, coisa que é muito difícil para a minha personalidade. As coisas dando
certo, sem noção da responsabilidade das coisas. O grande perigo foi que gostei muito.
Não muito depois percebi um estado depressivo. Depois veio uma euforia, após uma
festa surpresa do meu aniversário.
Virava muito a noite, a sensação de euforia da anfetamina, consumo de bebidas,
cigarros e continuava fumando maconha com uma intensidade muito grande.
Tive dificuldades de concentração. Parei de assistir o mundo, para fazer parte dele.
Hoje não faço mais uso da maconha, da anfetaminas, não fumo , mas continuo a ingerir
bebida alcoolica.
Hoje a paciente faz terapia e acompanhamento psiquiátrico, pois foi diagnosticada com
transtorno bipolar.
CONCLUSÃO
A dependência psicológica no caso das anfetaminas é extraordinária, a tolerância
declarada leva a necessidade de maiores quantidades, não só por essa razão, mas
também pela abstinência. Ainda que um indivíduo viciado nesse tipo de drogas, fique
por um período longo sem consumir, na medida em que ingira um comprimido, o vício
pode voltar com a mesma intensidade.
Após o vício, a recuperação é difícil, dolorosa, requer muitos cuidados, tratamentos e
colaboração familiar. Como o viciado viveu para a droga necessitará reorganizar sua
vida, sua família, seu trabalho e autoestima.
Com o relato da paciente, percebemos como o uso da anfetamina pode afetar as atitudes
sob o efeito do uso da mesma, alterando o humor, a percepção das pessoas.
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