fonte: NewsMag

A amamentação, além de indispensável para o bebê e oferecer benefícios para a mãe e até para a sociedade como um todo, é um direito assegurado por lei. Em pleno 2025, a frase pode soar desnecessária ou até anacrônica, mas por incrível que pareça esse gesto de amor e proteção, tema inclusive de clássicos da pintura, ainda encara desafios. Preconceito, desinformação, moralismo e, acredite, a postura inadequada de algumas empresas – poucas, felizmente, vêm criando restrições para que os recém-nascidos recebam o único alimento de que realmente precisam: o leite materno.

Parece – e é – inacreditável, mas há quem veja na imagem de um bebê sugando o seio da mãe um atentado ao pudor, talvez até um pecado, como se a própria Virgem Maria não tenha sido retratada nessa situação com o Menino Jesus. Não são raros os casos de ofensas e ameaças a lactantes que, com toda razão – e, sempre vale repetir, amparadas pela lei –, amamentam em público, sendo até “solicitadas” a buscar um “local mais discreto” para nutrir o rebento. Um abuso a que muitas, infelizmente, se submetem, inseguras diante da inaceitável manifestação de intolerância.

Outro desafio é conciliar os papeis de mãe e profissional. A necessidade de sustentar sozinha a casa, um quadro bem comum, impede que muitas das que trabalham por conta própria gozem de pelo menos alguns dias de folga. Mesmo as com carteira assinada – que lhes garante no mínimo 120 dias de afastamento remunerado – encontram dificuldades. Além da falta de espaço e equipamentos necessários para a amamentação ou retirada do leite, e elas muitas vezes enfrentam comentários negativos de gestores e colegas sobre os “privilégios” que ter um filho recém-nascido lhes proporcionaria.

Aqui, vale uma ressalva. A licença-maternidade, mais do que um direito, é uma recompensa absolutamente justa, merecida e necessária ao talento que as mulheres empregam em suas atividades profissionais, além de um apoio ao desenvolvimento de nossas crianças, e boa parte das empresas entende a questão e cumpre – às vezes com dificuldade – com suas obrigações. Esse, porém, é um tema de interesse coletivo, e por isso é justo que esse esforço seja, de alguma forma, compartilhado, até garantir uma proteção a mais ao para o trabalho feminino. Uma pauta que merece reflexão.

Estes e outros obstáculos à amamentação precisam ser discutidos. O leite materno oferece a dose exata de proteínas, gorduras, vitaminas e minerais para o bebê, além de ser rico em anticorpos e outros fatores imunológicos, ajudando a prevenir infecções respiratórias, diarreias, otites, alergias e até a reduzir o risco de morte súbita. Colabora também no desenvolvimento cognitivo e na saúde a longo prazo: crianças amamentadas pelo tempo certo têm melhor desempenho escolar e menos risco de obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares, entre outras enfermidades.

Amamentar também ajuda a saúde mental – nas duas pontas do processo. Pesquisas comprovam que crianças amamentadas são mais resistentes a transtornos como ansiedade e hiperatividade, além de apresentar menos problemas de comportamento na infância. Nas mães, há um aumento na liberação de ocitocina e prolactina, hormônios que produzem sensações de calma e prazer, melhorando a qualidade do sono e reduzindo o risco de depressão pós-parto. Uma prática, enfim, com indiscutíveis ganhos para todos os envolvidos – mesmo indiretamente – com o processo.

Sim, a amamentação traz benefícios para toda a sociedade. Crianças e mulheres mais saudáveis representam gastos menores com a rede pública de saúde, pois há menos internações e atendimentos, e maior produtividade para a economia como um todo, pela redução no número de aposentadorias precoces e de afastamentos do trabalho e atividades acadêmicas por razões médicas. Até o meio ambiente é afetado, pois o leite materno – gratuito e natural – é um alimento completamente sustentável, sem a necessidade de embalagens, transporte ou qualquer tipo de preparo.

Trata-se, enfim, de um alimento perfeito, o único necessário até os seis meses de vida segundo a Organização Mundial da Saúde. Não por acaso, a própria cor da campanha anual pelo aleitamento – “Agosto Dourado” – se refere ao “padrão ouro”, ou seja, à perfeição do leite materno. Criada por lei em 2017, a iniciativa é sempre importante no estímulo à amamentação, e divulgá-la, independente do mês, é uma das formas de participar desse trabalho. Uma tarefa ao alcance de todos, e que ajudará a preservar a saúde física e mental – a vida, enfim – das próximas gerações.

Jorge Jaber, psiquiatra e grande benfeitor da Academia Nacional de Medicina

Cuidado essencial

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