fonte: Extra
Assim como as partidas de futebol, a vida também está aberta a viradas. E Valdiram já vislumbra a possibilidade de dar a volta por cima. Morador de rua no bairro de Bonsucesso, conforme revelado pelo EXTRA, o ex-atleta foi localizado pelo Vasco e aceitou se submeter a um tratamento contra dependência química e alcoólica.
– Já perdi apartamento, dinheiro e até roupa. Mas não vou perder minha vida. Mais uma oportunidade apareceu na minha vida e eu vou aproveitar – afirmou o ex-jogador ao deixar o Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, na tarde desta sexta-feira.
Valdiram passou pelo hospital para realizar uma bateria de exames. A medida é uma exigência da clínica Jorge Jaber, em Vargem Grande, para onde ele foi levado. Após ter em mãos os primeiros resultados, os médicos avaliaram que o quadro do ex-atleta é melhor do que o previsto para uma pessoa encontrada nas condições dele.
– A princípio, não parece haver impeditivo para o jogador iniciar o tratamento. Ele aparenta estar bem clinicamente. Mas os exames são importantes para caso seja detectada alguma doença ele possa tomar os medicamentos na clínica – explicou o vice-diretor do Hospital dos Servidores, Jackson Caiafa.
A assistente social do Vasco, Iara Costa, encontrou Valdiram na manhã desta sexta, em Bonsucesso. Inicialmente, ele se mostrou resistente à ideia de ser internado. Após um período de muita conversa, o artilheiro da Copa do Brasil de 2016 topou.
– Eu fiz meu nome no Vasco. O Eurico fechou as portas do clube para mim. Mas agora eles estão me ajudando – disse o ex-atacante.
A clínica em que ele está internado é conhecida do mundo da bola. No ano passado, o ex-jogador do Botafogo Mendonça passou por lá. O tratamento não custará nada a Valdiram e nem ao Vasco.
Não existe uma prazo definido para a alta. Mas, de acordo com o psiquiatra Jorge Jaber, dono da clínica, o tratamento costuma durar em torno de três meses. O período mais delicado são os cinco primeiros dias, quando os pacientes estão sujeitos a passar por uma síndrome de abstinência. Isso porque, a partir de agora, ele não terá acesso a álcool e nenhuma outra droga.
– Ele receberá doses de uma medicação que a gente aplica em doses decrescentes cuja finalidade é impedir a convulsão – contou o psiquiatra.
Jaber explica que, durante este período de desintoxicação, Valdiram ficará num quarto em que será acompanhado por um técnico em enfermagem e um cuidador. Passada esta fase, ele terá acesso à todas as atividades da clínica, esportivas e artísticas. Ainda segundo o psquiatra, o ex-atacante também terá os horários controlados para desenvolver uma rotina e acesso a seis refeições diárias.
– Existe um momento muito enganoso em que o paciente consegue entrar em abstinência, se alimenta bem e pratica exercícios. Ele sente um grande bem estar e acha que já está apto a receber alta. Mas ainda é cedo e ele está vulnerável a recaídas – alerta Jaber.
Vale lembrar que a internação não é compulsória. Logo, Valdiram pode deixar a clínica quando quiser. Ou seja: a bola da grande virada está em seus pés.