Glória Regina Elias de Oliveira

Resumo:

10 de setembro, é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicido. Segundo a OMS –
Organização Mundial da Saúde, a cada 14 segundos uma pessoa se mata no mundo, o
que dá uma média de 800 mil pessoas por ano. Aqui no Brasil, uma pessoa se mata a
cada 45 minutos.
Também chamado de Setembro Amarelo. O assunto que já foi um tabu muito maior,
ainda enfrenta grandes dificuldades na identificação de sinais, oferta e busca por ajuda,
justamente pelos preconceitos e falta de informação.
Segundo Dr. Jorge Jaber . da clinica Jorge Jaber,” o suicídio pode ser definido como um
ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a morte, de forma
consciente e intencional, mesmo que ambivalente, usando um meio que ele acredita ser
letal”.
Palavra Chave: Suicídio , Alerta para o Suicídio, Setembro Amarelo
Introdução:
Os índices de suicídio vêm aumentando no Brasil, em oposição ao decréscimo
observado na maioria dos países nos últimos 10 anos. Uma taxa de 5,8 suicídios para
cada 100 mil habitantes por ano é relativamente baixa, se comparada às de outros
países. No entanto, por ser populoso, o Brasil ocupa o oitavo lugar entre os países que
têm os maiores números de mortes por suicídio.
Segundo as estatísticas mais recentes disponíveis, ocorreram no país 11.821 suicídios
em 2012, o que representa, em média, 32 mortes por dia. Essa cifra está subestimada,
pois alguns suicídios não são registrados como tais. Uma parcela dos acidentes e das
mortes ‘sem intenção determinada’ – como consta nos atestados de óbito – decorre de
suicídios.
Segundo a pesquisa dados mostram que: As pessoas que sofrem um desses sintomas
cometem suicídio
humor 35,8% Transtorno por uso de substância psicoativa 22,4% Esquizofrenia 10,6%
Transtorno de personalidade 11,6% Transtorno orgânico mental 1,0%
Outros transtornos psicóticos 0,3% Transtorno de ansiedade 6,1% Transtorno de
ajustamento 3,6% Outros diagnósticos 5,1% Sem diagnóstico 3,2% S
Fonte: Bertolate et al. (2002)
Desenvolvimento:
O suicídio é a ponta de um iceberg. Estima-se que o número de tentativas de suicídio
supere o de suicídios em pelo menos 10 vezes. Um estudo populacional realizado em
Campinas (SP), em 2010, em parceria da Organização Mundial da Saúde com a
Unicamp, revelou que, ao longo da vida, 17% das pessoas haviam pensado seriamente
em pôr fim à vida, 5% chegaram a elaborar um plano para tanto e 3% já haviam tentado
o suicídio.
A temática do suicídio está aberta a diferentes visões e a várias ciências. Devido à sua
natureza polêmica, complexa e multidimensional, não há uma maneira única de se
abordar o problema. Na perspectiva da saúde pública, os chamados ‘fatores de risco’
derivam da consolidação de dados oriundos de estudos populacionais. Na prática
clínica, damos um salto referencial, do coletivo para a singularidade de um indivíduo, e
assim raciocinamos: se uma pessoa tem fatores de risco para o suicídio, a possibilidade
de vir a se matar deve ser considerada.
Transtorno mental e histórico de tentativa de suicídio são os principais fatores de risco
de suicídio. A depressão, o transtorno afetivo bipolar, a dependência de álcool ou de
outras drogas psicoativas, bem como a esquizofrenia e certos transtornos de
personalidade (com características de impulsividade, agressividade e variabilidade de
humor) são os que mais predispõem ao suicídio.
Não se trata de afirmar que todo suicídio decorre de uma doença mental. Mas, por estar
presente na maioria dos casos, um transtorno mental é um elemento quase obrigatório,
ainda que insuficiente, para o suicídio
Isso ocorre por diversas razões: a doença dificulta a adaptação à sociedade; leva à
estigmatização; diminui a adaptação funcional e a qualidade de vida; frequentemente
provoca instabilidade de humor e sentimentos dolorosos, como ansiedade, raiva e
frustração; representa um ônus emocional e financeiro para o indivíduo e sua família;
predispõe a vários estresses situacionais. Diagnóstico tardio, carência de serviços de
atenção à saúde mental e inadequação do tratamento agravam a evolução da doença e,
em consequência, o risco de suicídio.
Uma tentativa de suicídio aumenta a probabilidade de futuro suicídio. O ato é
ambivalente em sua natureza: além de um grau variável de intenção letal, ele representa
uma comunicação, como, por exemplo, um pedido de socorro, motivado pelo desejo de
ser resgatado de uma situação insuportável. Por isso, ameaças e tentativas de suicídio –
mesmo aquelas que parecem calculadas para não resultarem em morte – devem ser
encaradas com seriedade, como um sinal de alerta a indicar sofrimento psíquico e
atuação de fenômenos psicossociais complexos.
Durante a adolescência, várias circunstâncias podem desencadear tentativas de suicídio.
Os adolescentes são mais propensos ao imediatismo e à impulsividade. Ainda não têm
plena maturidade emocional e, dessa forma, encontram maior dificuldade para lidar com
estresses agudos, como término de relacionamentos, situações de vergonha ou
humilhação, rejeição pelo grupo social, fracasso escolar e perda de um ente querido.
Perfeccionismo e autocrítica exacerbada, problemas na identidade sexual e nos
relacionamentos interpessoais, discussões frequentes com os pais, autoridades ou
colegas, isolamento social, bem como bullying (face a face ou pela internet) são fatores
de risco revelados em várias pesquisas com adolescentes.
O suicídio de colegas, ou de personalidades cultuadas pode se constituir em modelo de
comportamento a ser seguido. Nesses casos, fala-se do caráter contagioso – ou de
imitação – de certos suicídios.
Objetivos:
Através da dessa pesquisa venho reforçar estudos já feitos por revistas e autores
conceituados que todos devemos ficar atentos aos sinais de alertas. Dessa forma
podemos salvar vidas.
Sinais de alerta
Os sinais listados abaixo alertam sobre o risco de suicídio em adolescentes. Também
sinalizam a possível existência de transtornos mentais que se iniciam na adolescência ou
nos primeiros anos da vida adulta, como a esquizofrenia, a depressão, o uso de drogas e
o transtorno afetivo bipolar.
• Mudanças marcantes na personalidade ou nos hábitos
• Comportamento ansioso, agitado ou deprimido
• Piora do desempenho na escola, no trabalho e em outras atividades rotineiras
• Afastamento da família e de amigos
• Perda de interesse em atividades de que gostava
• Descuido com a aparência
• Perda ou ganho inusitado de peso
• Mudança no padrão comum de sono
• Comentários autodepreciativos persistentes
• Pessimismo em relação ao futuro, desesperança
• disporia marcante (combinação de tristeza, irritabilidade e acessos de raiva)
• Comentários sobre morte, sobre pessoas falecidas e interesse por essa temática
• Doação de pertences que valorizava
• Expressão clara ou velada de querer morrer ou de pôr fim à vida
Segundo a essa pesquisa tem três passos que devem ser dados com o intuito de se
prevenir um suicídio (é importante memorizar o acrônimo Roc):
RISCO. O primeiro passo é a própria suspeita do risco de uma pessoa vir a se matar.
Parece óbvio, mas às vezes isso não nos vem à mente. Com sensibilidade, devemos
perguntar sobre ideias de morrer, de se matar…
OUVIR. O segundo passo é ouvir com atenção e respeito, sem julgar, recriminar nem
se apressar em preleções morais ou religiosas. Para que essa aproximação aconteça,
alguns preconceitos em relação ao suicídio precisam ser desfeitos (ver ‘Crenças
errôneas em relação ao suicídio’).
CONDUZIR. O terceiro passo é conduzir a pessoa até um profissional de saúde mental,
ou seja, não ficar paralisado. Para quem se encontra fragilizado e sem esperança, a
iniciativa de buscar ajuda geralmente não se dá espontaneamente.
Conclusão: Prevenção é possível
Ainda que não seja tarefa fácil, a prevenção do suicídio é possível. Há vários exemplos
de estratégias exitosas, entre as quais: a conscientização da população (e aqui a mídia
tem papel importante), a restrição de acesso a meios letais, a disponibilidade de serviços
de atendimento de crises, o treinamento de profissionais de saúde para detectar e tratar
adequadamente transtornos mentais, bem como a atenção dedicada às pessoas que
tentam o suicídio.
Não podemos silenciar sobre a magnitude e o impacto do suicídio em nossa
sociedade. Não todas, mas considerável porção de mortes pode ser evitada.
LINKS ÚTEIS
Para conhecer mais sobre voluntariado, apoio emocional, prevenção do suicídio, saúde
mental e outros temas afins, acesse também:
Portal Ministério da Saude (MS)
http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/suicidio
Centro de Atenção Psicosocial (CAPS)
 http://portalms.saude.gov.br/saude-para-voce/saude-mental/acoes-e-programas-saudemental/centro-de-atencao-psicossocial-caps
Movimento Setembro Amarelo, Dia mundial de Prevenção ao Suicídio
 http://www.setembroamarelo.org.br/
Educação Emocional
 http://www.amigosdozippy.org.br/
Associação Brasileira de Psiquiatria
 http://www.abp.org.br/
Movimento Conte Comigo, Prevenção a Depressão
 http://www.contecomigo.org.br/
Rede Brasiliera de Prevenção ao Suicídio
 http://www.rebraps.com.br/
Informações sobre prevenção do suicídio
 www.prevencaosuicidio.blog.br
Transtornos mentais e dependência química
 http://www.franciscajulia.org.br
Centro Voluntariado de São Paulo
 http://www.centrovoluntariado.org.br
Associação Brasileira de Estudos e Prevenção de Suicídios
 http://www.abeps.org.br/
Sociedade Portuguesa de Suicidologia
 http://www.spsuicidologia.pt
Samaritanos de Londres
 http://www.samaritans.org
Befrienders Worldwide
 http://www.befrienders.org
Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio
 http://www.iasp.info
Associação Americana de Suicidologia
 http://www.suicidology.org/
Associação Canadense para a Prevenção do Suicídio
 http://www.casp-acps.ca
Telefono amigo-Italia
 http://www.telefonoamigo.org
Voz de apoio – Portugal
 http://www.vozdeapoio.pt
Telefone de Esperança – Portugal
 http://www.telefonedaesperanca.pt
Fundação Americana de Prevenção de Suicídio
 https://afsp.org
Bibliografia

Comportamento suicida: Vamos falar sobre isso?

Links Úteis


https://clinicajorgejaber.com.br/novo/wp-content/uploads/2018/09/set_8_2018.pdf
Fonte: Bertolate et al. (2002)

Alerta para o suicídio