fonte: Diário do Rio
Religiosidade e espiritualidade são ferramentas fundamentais e valiosas no tratamento contra a dependência química. Para o psiquiatra Jorge Jaber, que há mais de 40 anos atua na área, a abordagem integrada entre medicina e fé deve ser sempre oferecida e disponibilizada para os pacientes que desejarem. Este será o tema da palestra apresentada pelo psiquiatra no “1º Encontro das Comunidades Terapêuticas do Estado do Rio de Janeiro”, evento que faz parte do “3º Simpósio: da Prevenção ao Cuidado”, realizado no próximo dia 26 pela Subsecretaria de Políticas Inclusivas da Secretaria de Estado da Casa Civil, por meio da Superintendência de Cuidados Terapêuticos.
- Assim como a Associação Mundial de Psiquiatria, defendo que os profissionais da área, sejam quais forem suas crenças pessoais, devem estar dispostos a trabalhar com as comunidades religiosas em prol do bem-estar de seus pacientes – afirma Jaber.
Comunidades religiosas e voltadas para a espitualidade, de acordo com Jaber, criam ambientes que geram uma série de benefícios como a aquisição de habilidades sociais sem substâncias; modelos de comportamento saudável; senso de propósito e sentido existencial; valores que promovem a vida, vínculos familiares e a ausência de substâncias. Um trabalho conjunto é sempre o melhor caminho. Por isso, sempre que possível, o psiquiatra defende também que instituições religiosas abordem o tema das drogas em seus ensinos e ofereçam acolhimento e ajuda.
- Assim como os Alcoólicos Anônimos (AA) e os Narcóticos Anônimos (NA), grupos religiosos podem e devem ser vistos como opções complementares de tratamento dos dependentes – defende Jaber.
Inúmeras pesquisa e estudos comprovam o sucesso desta linha de atuação. De acordo com o psiquiatra, existem mais de 3.3 mil estudos que analisam a relação entre religiosidade/espiritualidade e saúde. Uma parceria complexa que vai além da dualidade Bem X Mal. É, na verdade, multidimensional e apresenta diferentes correlações com a saúde que envolvem estilo de vida, suporte social e modelos. Entre as pesquisas, Jaber destaca um estudo qualitativo feito com 62 jovens em comunidades de São Paulo mostra que a religiosidade foi a maior diferença entre os usuários e não usuários de drogas: 81% dos não usuários e 13% dos usuários praticam uma religião.
O psiquiatra Jorge Jaber é formado em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e tem pós-graduação em Transtornos no uso de Drogas pela Harvard University. É membro fundador e associado da International Society of Addiction Medicine, associado da New York Academy Of Sciences, da American Psychiatric Associations – APA e da World Federation Against Drugs – WFAD e ex-membro do Conselho Administrativo da Association of Psychiatric Administrators – AAP.
O “3º Simpósio: da Prevenção ao Cuidado” será aberto ao público. O evento está agendado para o dia 26 de junho, das 10h às 17h, na Biblioteca Parque Estadual, localizada na Avenida Presidente Vargas, 1261 – Centro. Quem quiser participar, deve fazer inscrição pelo link: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfzVnXwQBhnPioUsGLqsY6o2oLX9HQjrOquXKmZgArhNFhWZQ/viewform?usp=sf_link