Aluno: Fábio Augusto Bento Freitas

Pacientes com alcoolismo, ou seus familiares, costumam indagar ao médico se não se trataria de um caso de esquizofrenia. É muito grande o desconhecimento a respeito das doenças psiquiátricas, não só entre os leigos como também entre médicos não especialistas. Chega-se a associar o termo esquizofrenia à palavra “esquisito”, atribuindo o título de esquizofrenia a todo comportamento que desvie dos padrões habituais, as popularmente chamadas esquisitices. De qualquer forma, é de domínio público que a esquizofrenia é uma doença grave, ainda sem perspectivas de cura. O tratamento da esquizofrenia vem obtendo sucesso em permitir que pacientes esquizofrênicos levem uma vida praticamente normal e integrada à sociedade.
Portanto, há, uma tendência a confundir doenças, o que dificulta o correto reconhecimento do alcoolismo e seu tratamento. Do ponto de vista médico, porém, a distinção entre alcoolismo e esquizofrenia não é difícil, já que, ao contrário de outras doenças como (depressão, ansiedade…), suas manifestações clínicas são muito diferentes.
Os transtornos esquizofrênicos têm como característica fundamental as alterações da percepção, ou seja, audição, visão, e, menos comumente, tato, paladar e olfato fornecem ao indivíduo afetado informações distorcidas ou inexistentes. Classicamente, pode-se ouvir vozes, ou ver imagens inexistentes
Podem apresentar também os esquizofrênicos distúrbios de pensamento, quando têm a sensação de que alguém lhes impõe ideias que os obrigam a tomar determinadas atitudes totalmente inadequadas. Tudo isso vivenciado com muito sofrimento.
Outra característica dos que padecem de esquizofrenia são os afetos inapropriados; em outras palavras, seus sentimentos não correspondem aos da realidade que os rodeiam. Em muitos casos a pessoa não manifesta qualquer tipo de sentimento, dando a impressão de não os possuir.
Percebe-se atualmente na prática clínica maior incidência da comorbidade – existência concomitante das duas doenças: alcoolismo e esquizofrenia.
O alcoolismo apresenta como uma das suas principais características a negação. Com muita frequência a família do alcoólatra não aceita o diagnóstico, preferindo atribuir a outra doença os distúrbios de comportamento. Isso não quer dizer que a família tenha um medo maior do alcoolismo que da esquizofrenia e considere esta como um mal menor, simplesmente deseja-se fugir do estigma, que pesa sobre o alcoolismo, fortemente cercado de preconceitos morais.
A Medicina já desenvolveu tratamento adequado tanto para o alcoolismo quanto para a esquizofrenia, e mesmo para a ocorrência simultânea de ambos. Quando falarmos do tratamento do alcoolismo, veremos que são grandes as chances de recuperação do paciente alcoólico, aquele que também padece de esquizofrenia.

 

Referências Bibliográficas:
Alcoolismo. (Jorge Antônio Jaber Filho; Charles André).

Alcoolismo e Esquizofrenia