Autora : Maria Lucia Moreira

 

RESUMO:

 

Este artigo cita uma definição de como o álcool cria uma dependência na pessoa que está apta a ingerir e consumi-lo. O indivíduo se torna tão doente como uma outra doença qualquer.

 

O álcool além de atingir a parte orgânica, atingi o psiquismo transformando-a num dependente químico.

 

Devidos a alguns problemas emocionais e com a facilidade de adquirir este produto , a pessoa fragilizada, começa a consumir o álcool como uma válvula de escape para os seus problemas e depois vem a depressão ou a depressão vem primeiro , depois vem a dependência com o álcool.

 

Uns dos tratamentos para parar de beber é a terapia individual , onde o paciente vai buscar ajuda em tratar a sua primeira doença que é a depressão , no caso desse artigo , um caso clínico, mostrado a seguir sendo um paciente de patologia dual.

 

Palavra- chave: álcool – pessoa – psiquismo – depressão

 

 

 

 

 

 

INTRODUÇÃO:

 

Os portadores de alcoolismo são pacientes cuja ingestão de álcool é suficientemente grande para prejudicar a sua saúde física, mental e social ou provocar alguns comportamentos anormais.

 

A incapacidade de o paciente ficar um dia sem beber é uma prova presuntiva de dependência.

 

Muitos acreditam numa predisposição genética, por influências sociais.

 

Alguns grupos étnicos e religiosos são mais permissivos e tem mais problemas de alcoolismo do que os outros.

 

O consumo de álcool no mundo é grande, pois tem a facilidade da compra e preços baixos em algumas bebidas destiladas.

 

O alcóolatra é aquele que consome todos os dias e não sabe a hora de parar.

 

As consequências da ingestão de álcool atingem o plano físico , psíquico e social.

 

O uso abusivo do álcool provoca mortes tais como : morte orgânica, acidentes de trânsito, homicídios , aposentadoria precoce, doenças psicológicas e não estão livres as pessoas que não bebem , porque elas se tornam vítimas das consequências do alcoólatra.

 

“Do ponto de vista psicológico, desde Freud, considera-se que o alcoólatra é um indivíduo com problemas de desenvolvimento na fase oral , os conflitos surgindo de privações ou , por outro lado, de super gratificação. Como resultado das fixações orais, podem estar associadas ao alcoolismo, problemas como passividade, mau controle da agressividade, imaturidade, traços depressivos ou esquizóides , etc.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

DESENVOLVIMENTO:

 

Como o álcool afeta a vida psíquica de um indivíduo?

 

O alcoolismo é uma doença que é adquirida pela pessoa ,por uma indisposição na vida dessa pessoa, a relação entre a depressão e o álcool, primeiro vem a depressão depois o alcoolismo.

 

O álcool é um instrumento de fuga para os problemas da pessoa.

 

O alcóolatra tende a negação , ele se nega que bebe em excesso.

 

O álcool além de destruir os órgãos pessoa ,destrói o convívio social, o casamento, a relação pai X mãe X filho, o emprego.

 

Sentimentos de inferioridade e de impotência , também podem estar associados ao alcoolismo.

 

O alcoolismo apresenta sinais de alarme, tais como a mudança de comportamento gradativo, aumentando a compulsão e se torne um doente.

 

A crise de abstinência e o desejo condicionado são produzidos no cérebro por mecanismos diversos ; os pesquisadores estudam estes dois fenômenos, saber como o consumo rotineiro de álcool transforma os circuitos do cérebro de forma à levar à dependência ajuda no desenvolvimento de medicações e técnicas psicoterápicos mais eficientes para o tratamento do alcoolismo.

 

O alcoólatra necessita de ajuda o mais rápido possível, a crença que diz que o alcoólatra precisa chegar ao fundo do poço é totalmente errônea, porque ao chegar ao fundo do poço , o seu fígado e o encéfalo estarão destruídos levando à morte.

 

Tratamento psicológico: como levar o alcoólatra à tratamento?

 

Sem um auxílio a maioria dos alcoólatras não consegue abandonar a bebida. Quando os problemas começam a se desenvolver, a bebida em demasia é em geral vista como um sintoma, e o alcoólatra pode ser aconselhado a obter auxílio para os seus problemas subjacentes, mais tarde o excesso de bebida está contribuindo claramente para os seus problemas e se não for tratado adequadamente , não chegará num término saudável.

 

São várias as formas de se tratar um dependente do álcool, a psicoterapia individual ou de grupo, a terapia familiar, o A.A (ALCOÓLATRAS ANÔMINOS ) , que é um método baseado na influência e no testemunho, são reuniões semanais, onde pacientes e familiares ouvem e falam da sua luta contra o vício.

 

O trabalho do psicólogo é em conjunto com os outros profissionais: médico , assistente social e com a família.

 

A terapia em grupo ajuda muito, porque ambos trocam experiências e não ficam com vergonha de se expor.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CASO CLÍNICO:

 

Mário, um homem de 67 anos, casado com uma mulher a trinta anos, com dois filhos já criados e casados , ele amava o seu trabalho, engenheiro civil , comandava uma equipe dentro de uma construtora. Toda sexta feira saía do trabalho e vagava nos bares próximos com uma turma que bebia sempre, do lado recreativo passou a se tornar um vício a bebida foi quando se tornou um pesadelo , começou a beber todos os dias em casa , chegando ao ponto de chegar atrasado no trabalho e faltar algumas vezes.

 

Acima dele era o diretor da empresa que começou a perceber as suas atitudes e resolveu demiti-lo,não dando oportunidade para ele se afastar e se tratar.

 

Ele já tinha uma tendência a depressão , vindo de uma família onde perdeu o pai muito cedo e foi obrigado a trabalhar aos 15 anos para ajudar a sua mãe que era costureira , a sua adolescência não foi nada fácil para ele , não tinha irmãos , sempre se dedicou aos estudos e entrou na faculdade pública aos 17 anos para cursar engenharia civil.

 

Aos trinta anos casou-se e construiu uma família , mas os traços depressivos apareciam de forma discreta , nunca procurou ajuda a um profissional.

 

A depressão tomou uma proporção muito grande em sua vida.

 

O álcool foi o seu primeiro socorro e o seu remédio efetivo para o sofrimento psicológico e físico , aliviando a sua angústia e tensão.

 

Encontrou no álcool , a sua “bengala” , bebia todos os dias , misturava cachaça, cerveja, não conhecia a hora de parar , passava a beber no bar e em casa, comprava engradados de

 

cerveja.

 

Para ele a sua força motivadora foi a sua esposa , que com a ameaça de deixá-lo caso ele não procurasse ajuda . Ele ficava em casa o dia todo, sem vontade de fazer nada, a sua esposa trabalhava fora , cada um levando a sua vida e os amigos do trabalho foram se distanciando.

 

Foi quando um certo dia, a sua esposa chegou em casa e o viu deitado no chão passando muito mal, foi levado para o hospital e lá ficou internado por um tempo e descobriu uma cirrose no fígado.

 

Quando saiu do hospital , começou o tratamento para parar de beber, o medo de morrer foi grande, na verdade ele se assustou com esse diagnóstico.

 

Começou um trabalho com a ajuda de profissionais e grupo de ajuda múta (A.A). O médico, psicólogo e a família .

 

Ele foi internado numa clínica de reabilitação e quando deixou a clínica , continuou a terapia e aos poucos foi se recuperando .

 

O trabalho da terapia (TCC) foi feito em vários estágios, a submissão, entendimento e o compromisso.

 

A participação dele no grupo do A.A foi importante para a manutenção.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CONCLUSÃO:

 

Entender como o álcool altera a parte química do SISTEMA NERVOSO CENTRAL e traz danos até irreversíveis aos órgãos , afetando a parte psíquica (comportamental) do paciente .

 

Qualquer pessoa que tenha a esperança de ajudar um alcoólatra, deve seguir algumas linhas básicas de orientação:

 

Aprender a respeito da doença, evitar julgamento moral, desenvolver um desprendimento emocional, escolher um programa específico de tratamento ( desintoxicação médica sob internamento, programas educacionais que salientem a base física de moléstia e seu papel em causar os sintomas sociais e psicológicos, terapia , ênfase no programa de A.A , envolvimento da família no tratamento e na assistência de seguimento).

 

O A.A para esse paciente citado nesse artigo , serviu como uma manutenção da sobriedade a longo prazo após o seu tratamento.

 

Por um estímulo qualquer ,seja ele a perda de um ente querido , um emprego ou um outro gatilho qualquer, a pessoa busca no álcool um apoio para fugir da realidade.

 

Qualquer pessoa pode ajudar um alcoólatra a buscar um tratamento , no caso desse artigo , a esposa o fez “enxergar” que o buscasse um auxílio para abandonar de vez o vício, e encontrou na terapia a maneira de se equilibrar emocionalmente e enfrentar os seus problemas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

BIBLIOGRAFIA:

 

ALCCOLISMO

 

Autores: JORGE JABER FILHO

 

CHARLES ANDRÉ

 

EDITORA: REVINTER

 

CLINICA JORGE JABER

 

 

 

 

TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS DO ADULTO – 4 edição Autor: FLÁVIO FONTES D`ANDREA Editora: Bertrand Brasil

 

ALCOOLISMO OS MITOS E A REALIDADE

 

Autores: James R. Milam

 

Katherine Ketcham

 

Editora: Nobel

 

 

Depressão x Álcool