Aluna: Fernanda Cristina dos Santos Garcez

Introdução

A dependência química é tida como doença crônica, que comumente atinge indivíduos que fazem o uso constante de determinadas drogas. O portador desse tipo de distúrbio acaba por não conseguir conter o vício, afetando sua vida psíquica, emocional, física e, consequentemente, a vida social. É considerado um transtorno mental, além de um problema social pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Existem várias formas de tratamento para a dependência química como: psicofármacos, psicoterapias e internação para desintoxicar. Estudos mostram que a meditação é uma alternativa, uma complementação para o tratamento. O grande desafio na luta contra a dependência não consiste apenas na interrupção do uso das mesmas, mas também na manutenção do organismo na sua ausência.

Metodologia

Foi realizado uma pesquisa bibliográfica onde foram consultadas várias literaturas relativas ao assunto em estudo, artigos publicados na internet e que possibilitaram que este trabalho tomasse forma para ser fundamentado.

Fundamentação Teórica

A meditação é uma prática de auto regulação do corpo e da mente, caracteriza-se por um conjunto de técnicas que treinam a focalização da atenção. Além disso, ela pode ser caracterizada como uma prática que atinge objetivos semelhantes à algumas técnicas da psicoterapia cognitiva-comportamental, embora por meios distintos. Ambas levam à diminuição do pensamento repetitivo e à reorientação cognitiva, desenvolvendo habilidades para lidar com os pensamentos automáticos. A prática de meditação não substitui a técnica da psicoterapia cognitiva-comportamental, e vice e versa. Mas pesquisas mostram que quando utilizadas de forma complementar apresentam resultados positivos para o progresso terapêutico.

A meditação pode ser dividida em dois principais tipos, a concentrativa e a meditação de atenção plena (mindfulness). A concentrativa a qual está mais relacionada às funções de orientação e monitoramento, e a meditação de atenção plena (mindfulness), propõem à ampliação da autoconsciência e da consciência do momento atual.

Um dos obstáculo encontrado na vida daquela pessoa que procura manter-se abstinente se chama recaída. A recaída é caracterizada como a retomada do uso problemático de drogas ou como um processo de mudança de comportamento após o tratamento. Normalmente o dependente químico não percebe seus pensamentos e suas emoções e funciona como se tivesse sido ligado um “piloto automático” e o fato de não ter essa consciência pode ser a armadilha para uma recaída.

A meditação mostra, conforme resultados, que o treino mental produz uma redução no processamento da informação. Portanto, ajuda o praticante a controlar os seus processos mentais e o seu comportamento, tendo assim mais consciência destes (MENEZES; DELL’ AGLIO; BIZARRO, 2011). Ela tem sido aplicada como uma técnica complementar no tratamento de dependência química. A partir disso, o usuário de substâncias psicoativas aprende a desviar a atenção das drogas, mudando seu pensamento e focando para um estímulo neutro (MENEZES; DELL’ AGLIO, 2009; PEUKER, 2013).

A partir de estudos científicos, verifica-se que os benefícios e a eficácia da meditação, fizeram com que a sua prática fosse incorporada em diferentes instituições como consultórios psicoterápicos e hospitais, pelo seu uso em tratamentos e recuperação da saúde (SAMPAIO, 2013).

Considerações Finais

Estudos mostram que o treino em meditação é uma complementação para o tratamento do uso de drogas, ao meditar o dependente se torna mais consciente de suas ações e passa a controlar os seus impulsos que o levam a fazer uso de substâncias psicoativas. Espera-se mais estudos sobre esse tema para que essa prática apresente mais evidencias científicas nas práticas clinicas, proporcionando benefícios para a saúde e bem-estar dos indivíduos.

Referência Bibliográfica
MENEZES, B. C.; DELL’ AGLIO D. D.; BIZARRO, L. Meditação, bem-estar e a ciência psicológica: revisão de estudo empíricos. Interação Psicol., Porto Alegre, v. 15, n. 2, p. 239 -248, 2011.
MENEZES, B. C.; DELL’ AGLIO, D. D. Os efeitos da meditação à luz da investigação científica em Psicologia: revisão de literatura. Psicologia: ciência e profissão, Brasília, v. 29, n. 2, 2009.
PEUKER, Ana Carolina et. al. Processamento implícito e dependência química: teoria, avaliação e perspectivas. Psic: Teor. e Pesq. [online]. 2013, vol.29, n.1. p. 07-14. ISSN 0120-3772. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-37722013000100002
SAMPAIO, C. A prática da meditação como um instrumento de autorregulação do organismo, Curitiba, 2013. Disponível em www.centroreichiano.com.br/artigos. Acesso em: 15 de nov. 2018.

Meditação no tratamento da Dependência Química