fonte: O Dia

O dia 31 de maio é marcado como o Dia Mundial Sem Tabaco. No Brasil, nos últimos 25 anos, a porcentagem de fumantes diários despencou de 29% para 12%. Entre os homens a taxa é de 19%. Já entre as mulheres o percentual é mais baixo, cerca de 8%. Os dados foram publicados pela revista de medicina ‘The Lancet’ e, afirma ainda, que uma a cada dez pessoas morrem vítimas do cigarro. Segundo o Ministério da Saúde, o país está entre os que mais combatem o tabagismo. A redução se deve principalmente a avisos sobre danos à saúde publicados nas embalagens, além de campanhas educativas. No Rio, uma clínica de reabilitação criou um programa que chama atenção: o Tabaco Zero, que além de restringir o cigarro entre os pacientes de psiquiatria e dependência química, se estende aos funcionários e visitantes.

O programa, oferecido pela Clínica Jorge Jaber, situada em vargem Grande, Zona Oeste do Rio, é pioneiro em ambiente hospitalar e avalia o tratamento da dependência do tabaco em pacientes que fazem uso de substâncias químicas ou que têm outros tipos de transtornos psiquiátricos. O objetivo é transformar o espaço terapêutico clínico em um ambiente livre do tabaco, considerando que seu uso é responsável por 10 % das mortes em todo o mundo.

Quem explica o funcionamento do Tabaco Zero é o terapeuta António Tomé. “Promovemos a abstinência do cigarro em um grande número de pacientes. Além do tratamento farmacológico, grupos de ajuda mútua, psicoterapia comportamental cognitiva, terapia ocupacional, terapia artística e atividade física moderada, fazem parte do programa”, diz.

NUNCA É TARDE

José (nome fictício), tem 40 anos, é economista e está internado há 2 meses para tratar do alcoolismo. Este também é o período que está sem fazer uso do cigarro. “Fui internado sem saber que não poderia fumar, mas está sendo muito bom. No começo foi muito difícil, mas percebi que essa seria uma grande chance”, diz. José participa das reuniões de grupo, onde os 12 passos dos Alcoólicos Anônimos são adotados. Porém, com o foco para o cigarro. Ele também dispensou o uso de adesivos anti-tabagismo que a clínica oferece. “Eu tinha o plano de parar de fumar, mas vinha adiando para depois que meu filho nascesse. Só fui adiando até perceber que meus dentes estavam escuros, minha pressão ficou mais alta, e que meu odor era desagradável. Estou agarrando a oportunidade de sair dessa internação sem beber e sem fumar”, afirma.

APRESENTAÇÃO NA EUROPA

Os resultados do programa geraram um trabalho científico intitulado ‘Avaliação de um programa anti-tabaco em clínica psiquiátrica’, apresentado este ano, durante o Congresso Europeu de Psiquiatria, na França. O trabalho avaliou a bem sucedida experiência do programa de erradicação do tabagismo, realizada entre os anos de 2008 e 2015. Em um período de 12 meses, após a conclusão do programa, 48% dos pacientes avaliados mantiveram-se na abstinência do tabaco. O estudo mostrou que é possível a eliminação do tabaco no ambiente terapêutico estabelecendo metas claras, com o envolvimento de todo o pessoal e pacientes.

No Dia Mundial Sem Tabaco, Clínica Jorge Jaber em evidência em O Dia