Aluna: Monique De Lima Da Silva

 

 

 

 

Resumo

 

Nos dias atuais os assuntos em torno do tema “drogas” estão em ascensão. Muito tem se falado sobre as sequelas que o uso abusivo de drogas causa a um usuário, como problemas de saúde física e psicológico, problemas sociais e problemas com a justiça. Hoje já se sabe o quanto também as pessoas que convivem com dependentes químicos principalmente familiares e amigos, também são adoecidos.

 

Palavras chave- Codependência, Tratamento familiar.

 

Codependência

 

A palavra Codependência surgiu nos centros de tratamento no final da década de 70. Essa condição surgiu nos centros de Minnesota usada para descrever pessoas cujas vidas foram atravessadas pelo envolvimento com um dependente químico (B. Mellody 2007). Melody Beattie cita em seu livro, o especialista Earni Larsen que define codependencia como: “Aqueles comportamentos aprendidos e derrotistas ou que resultam numa reduzida capacidade de iniciar ou participar de relacionamentos de afeto” (B.Mellody 2007 pg.45).

 

O codependente era percebido como alguém que desencadeou um relacionamento doentio de lidar com a vida do próprio dependente. Pensava-se naquela época, quando surgiu a palavra codependência, era que os codependentes podiam ser definidos como sujeitos que não conseguiam administrar suas vidas, pois viviam em função de uma relação disfuncional com um depende químico. De acordo com a Prof. Ângela Holanda em seu artigo CODEPENDÊNCIA E TRATAMENTO FAMILIAR (2013) “O codependente é aquele que deixou-se influenciar pelo comportamento de outra pessoa, e que vive obcecado em controlar o comportamento desse outro.” É preciso deixar claro que o outro pode ser uma criança, um adulto, um amante, um cônjuge,

 

um irmão ou irmã, um avô, pai, cliente ou melhor amigo. Pode ser um alcoólatra, dependente químico, um deficiente mental ou físico, alguém “normal” e que às vezes mergulha em sentimentos de tristeza, e/ou qualquer pessoa mencionada anteriormente”

 

A Doença

 

  • uma doença Psíquica e comportamental, se definindo por um distúrbio associado de ansiedade, angústia e compulsão obsessiva em relação à vida do dependente químico. Pode-se dizer que familiares codependentes também irão apresentar uma forma de dependência, não diretamente as substâncias, mas ao vínculo excessivo com o próprio dependente químico. O codependente terá sim uma boa “intenção”, porém de forma adoecida e disfuncional com nenhuma eficácia direta, pois passarão apenas a ser facilitadores dos dependentes em questão,Tendo assim pouco resultado. Isso acontece devido o dependente químico utilizando todo esse potencial para usar a droga. Desta forma o codependente acaba sendo um facilitador de crises como já foi supracitado. E nesta relação o codependente, mantém o mesmo padrão de dependência que o próprio dependente químico mantém com a droga.

 

Nesta relação ambos fazem uso do outro para realizar suas próprias necessidades. O codependente tem a sua satisfação no papel de cuidador, que lhe dá um motivo para a existência. E o dependente químico encontra no codependente proteção, alguém para depositar as culpas e respectivas obrigações.

 

Tratamento familiar

 

  • importante frisar que o desdobramento nas relações que a família sofre com o uso de drogas por um de seus membros é emocionalmente tão devastador quanto à utilização da própria droga em si. Existem alguns estágios que irão marcar e impactar a família de um dependente químico. Segue alguns estágios

 

citados no artigo: http://www.clinicajorgejaber.com.br/curso/2013ago12_CodependenciaTratamen toFamiliar.

 

“1 – Na primeira etapa, ocorre sempre o mecanismo de negação. Ocorre tensão e desentendimento e as pessoas deixam de falar sobre o que realmente pensam e sentem, não admitem e não aceitam que tal fato possa estar acontecendo na sua família, logo na sua família.

 

2 – Em um segundo momento, a família demonstra extrema preocupação com essa questão e tenta controlar o uso da droga, bem como as suas consequências físicas, emocional, no campo do trabalho e no convívio social. Mentiras e cumplicidades relativas ao uso abusivo de álcool e drogas instauram um clima de segredo familiar. A regra é não falar do assunto, mantendo a terrível ilusão de que as drogas e álcool não estão causando problemas na família.

 

3 – Na terceira fase, a desorganização da família é imensa. Seus membros assumem papéis rígidos e previsíveis, servindo de facilitadores. As famílias assumem responsabilidades de atos que não são seus, e assim o dependente químico deixa de ter a oportunidade de perceber as consequências do abuso de álcool e drogas. É comum ocorrer uma inversão de papéis e funções, como por exemplo, a esposa que passa a assumir todas as responsabilidades de casa em decorrência o alcoolismo do marido, ou a filha mais velha que passa a cuidar dos irmãos em consequência do uso de drogas da mãe.

 

4 – O quarto estágio é caracterizado pela exaustão emocional, podendo surgir graves distúrbios de comportamento e de saúde em todos os membros. “A situação fica insuportável, levando ao afastamento entre os membros e gerando desestruturação familiar.”

 

Não se podemos padronizar esses comportamentos, mas sim concordar que esses estágios são significativos e importantes para assim, começarmos a pensar a codependência familiar e de como algumas reagem diante da doença em questão.”

 

 

 

 

 

Conclusão


O tratamento da codependente somente pode se tornar possivel a partir do reconhecimento desta compulsão. O codependente precisa perceber e reconhecer que essa relação com o dependente químico é patológico, e que seus comportamentos e esforços em ajudá-lo e protegê-lo estão disfuncionais e com certeza fracassada. Ao tratar codependente ele perceberá que não tem responsabilidade pelo uso de drogas do seu ente querido, mas sim pela forma que lida com o próprio dependente e suas demandas. Se faz necessário que o próprio codependente aprenda a abrir mão do dependente químico sem abandoná-lo!

 

Bibliografia

 

http://www.clinicajorgejaber.com.br/curso/2013ago12_CodependenciaTratamen toFamiliar

 

Codependência Nunca Mais! – Melody Beattie – Editora Best Seller – SP 2007 , Pg. 45.

Codependência e Tratamento Familiar